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Inédito: Cinemateca exibe Tupac Amaru só amanhã

A Cinemateca Brasileira e a Fundação Maurício Grabois promovem uma sessão especial do longa-metragem peruano Tupac Amaru, de Federico García Hurtado, nesta quinta (8), às 20 horas, seguido de conversa com o diretor. Inédito nas telas brasileiras, o filme trata de um episódio da história da colonização espanhola no Peru, o levante conduzido pelo líder indígena Tupac Amaru, no final do século 18.

Considerado pela crítica um dos mais importantes filmes da história do cinema peruano, Tupac Amaru foi exibido em festivais de cinema realizados em inúmeros países – Japão, Colômbia, Coreia do Norte, Equador, Cuba, Canadá, etc. – e recebeu, entre outros, o Prêmio Saúl Yelín, oferecido pela Associação de Cineastas Latino-americanos em Havana, em 1985, e a Menção Honrosa no Festival de Cinema de Londres de 1986. Tupac Amaru foi realizado em regime de coprodução com o ICAIC – Instituto Cubano del Arte y la Industria Cinematográficos e contou com a participação de organizações agrárias e urbanas de Cusco, no Peru.

Escritor, jornalista e cineasta, Federico García Hurtado nasceu em 1937. Iniciou sua carreira como diretor na segunda metade dos anos 1960, dirigindo os curtas Huando, Tierra sin patrones e Inkari, proibidos pela ditadura militar. Estreou no longa-metragem em 1975 com o documentário Donde nacen los cóndores, película financiada por um grupo de camponeses de uma cooperativa peruana. Outro destaque de sua vasta obra é Melgar, sangre de poeta, que trata da vida de outro herói independentista de seu país: o jovem revolucionário Mariano Melgar.

Federico dirigiu também uma minissérie para televisão chamada El Amauta sobre a juventude do dirigente e teórico comunista peruano José Carlos Mariategui. Foram feitos os cinco primeiros capítulos. O projeto pretendia abarcar toda vida de Mariategui – sua participação na criação da central sindical e do Partido Comunista, mas não conseguiu ser concluído. O filme foi proibido em seu próprio país, acusado de incentivar o terrorismo senderista. Durante o governo democrático e popular do General Juan Velasco Alvarado, entre 1968 e 1975, o diretor realizou inúmeras filmagens da revolução que se processava no país. O material bruto ainda não foi editado e se encontra ameaçado pelo descaso governamental. Seu último filme foi El Forastero (2002).

Serviço:
Tupac Amaru I Encontro Federico García Hurtado
Quinta, 20 horas
Sala Cinemateca BNDES
Largo Senador Raul Cardoso, 207
próximo ao Metrô Vila Mariana
Entrada gratuita
Outras informações: (11) 3512-6111 (ramal 215)