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Audiência pública na Alesp discute Clubes Sociais Negros

Os clubes sociais negros surgiram no fim do século 19, antes da abolição da escravatura (1.888), quando negros eram barrados por brancos nos clubes de lazer e cultura. A partir da necessidade de se criar locais próprios, os negros abriram seus clubes que, atualmente, lutam para sobreviver com poucos recursos. Para discutir soluções para manter esses espaços, que ajudam a contar a história do país, acontece hoje (7), às 14h30, uma audiência pública na Assembleia Legislativa de São Paulo.

Litografia congada para clubes sociais negros

A audiência foi solicitada por representantes dos Clubes Sociais Negros do Brasil à Comissão de Educação e Cultura da Alesp, por intermédio da deputada estadual Leci Brandão (PcdoB), e do presidente da comissão, o deputado estadual Simão Pedro (PT).

Os clubes esperam com isso enriquecer o debate sobre a reestruturação de seus prédios, que contribuíram com o fomento da cultura popular negra, como festas de raízes, e tradições afros como Jongo, Maracatu, Capoeira de Angola, Dança do Lenço, Congada e Tambú (umbigada).

Além disso, os primeiros clubes também arrecadavam recursos para o pagamento da liberdade dos escravos. Os espaços, ainda mantidos por associados, contam fatos históricos de negros brasileiros em documentos, fotografias, livros e pela memória dos integrantes.

Mas faltam recursos para manter todas as despesas desses espaços associativos, de convívio social do grupo étnico afro-brasileiro, que foram constituídos de maneira voluntária, com caráter beneficente, recreativo e cultural, e com espaços físicos próprios.

Até o momento, foram identificados cem clubes negros em cinco estados do país: Rio Grande do Sul, Santa Catarina, Minas Gerais, São Paulo e Rio de Janeiro. Somente no estado paulista são cerca de 25 como em Batatais, Limeira, Araraquara, Sorocaba, Bebedouro, Barretos, São José do Rio Preto, Rio Claro, Campinas e na capital.

Mas, o número deve crescer porque outros grupos ainda estão sob análise de órgãos patrimoniais em São Paulo, Bahia, Pernambuco e Minas Gerais, estão sob análise. Para serem mapeados como clubes sociais, eles passam por processos de avaliação.

Serviço:
A audiência Clubes Sociais do Brasil acontece no Auditório Teotônio Vilela, na Assembleia Legislativa de S. Paulo – Av. Pedro Álvares Cabral, 201, Parque do Ibirapuera, São Paulo, SP.

da redação do Vermelho, com informações do gabinete da deputada estadual Leci Brandão