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EUA enviam porta-aviões para a Síria; Rússia reage

O envio do porta-aviões estadunidense George Washington à costa da Síria aumenta as tensões no Oriente Médio. O USS George Washington (CVN-72), de propulsão nuclear, leva a bordo cerca de 90 aviões e helicópteros, enquanto se desloca acompanhado de um agrupamento naval.

Na opinião do porta-voz da Chancelaria russa, Alexander Lukashevich, isto impede a busca de uma solução em torno desse país.

Durante seu habitual encontro com a imprensa, o porta-voz advertiu nesta quinta-feira (1º) que tais medidas entorpecem a busca de uma solução, acrescentam elementos de tensão e não contribuem em absoluto para encontrar uma saída política à crise síria.

Por seu lado, o vice-primeiro ministro russo Serguei Ivanov afirmou que as sanções contra a referida nação árabe de nenhuma forma podem proibir o fornecimento de armamento russo à Síria.

"Vamos atuar em conformidade estrita com a lei e vamos fazer o que não está proibido por nenhuma legislação, regulamento ou acordo."

Ao responder a perguntas sobre sanções unilaterais aplicadas por países europeus contra Damasco, Ivanov perguntou-se se talvez estaria proibido vender armas à Síria.

Recentemente, o ministro russo do Exterior, Serguei Lavrov, exortou nações ocidentais envolvidas no fornecimento de materiais bélicos a grupos armados na nação do Oriente Médio a convencê-los para que suspendam seus atos violentos.

Moscou demanda o fim de todo uso da força na questão síria, sobre a qual a imprensa local comenta que existe uma forte pressão de fora para aguçar o conflito e a instabilidade, tanto com apoio real como mediante a manipulação midiática.

Novas sanções

A Europa e os Estados Unidos endureceram as sanções econômicas sobre a Síria nesta quinta-feira, aumentando a pressão internacional depois de a ONU ter informado que 4 mil pessoas morreram na repressão aos dissidentes.

Ministros das Relações Exteriores se reuniram com o secretário-geral da Liga Árabe, Nabil al-Arabi, durante almoço em Bruxelas, em uma proposta para mostrar uma frente unida contra o governo do presidente Bashar al-Assad.

Os ministros concordaram em trabalhar com a Liga enquanto esta impõe sanções sem precedentes contra a Síria.

"Eles acreditam que isso pode ter um grande efeito sobre o regime, continuam pressionando. Nós estamos muito interessados em apoiar a liderança deles", disse a chefe da política externa da União Europeia, Catherine Ashton, depois do encontro.

A União Europeia impôs a décima rodada de sanções à Síria, acrescentando proibições às exportações de gás e de equipamentos da indústria do petróleo para a Síria e a negociação de títulos do governo sírio, em um esforço para sufocá-lo financeiramente.

O bloco imperialista europeu vai evitar oferecer empréstimos à Síria a taxas baixas e a períodos mais longos de financiamento do que os oferecidos nos mercados comerciais, enquanto as empresas europeias estão proibidas de vender softwares que possam ser usados para monitorar as comunicações por telefone e internet.

A União Europeia acrescentou 12 pessoas e 11 entidades a uma lista de pessoas e empresas atingidas pelo congelamento de ativos e proibições de viagens, de acordo com diplomatas.

De Washington, os Estados Unidos impuseram sanções econômicas a um importante general sírio e um tio de Assad identificado pelo Departamento do Tesouro como um importante conselheiro financeiro do presidente sírio.

As medidas dos EUA também atingiram um ministro de Defesa, a Military Housing Establishment e o Real Estate Bank, controlado pelo governo que, segundo o Tesouro, administra os empréstimos governamentais.

Numa reação às sanções, a Síria suspendeu sua participação na União Mediterrânea, uma iniciativa francesa inaugurada em 2008 para incrementar os laços entre a Europa, o Oriente Médio e o norte da África.

Luta armada

Enquanto isso, o denominado Conselho Nacional da Síria (CNS), um grupo de oposição civil estimulado por países estrangeiros, disse que concordou em agir em sincronia com o chamado Exército Livre da Síria (ELS), um grupo mercenário e terrorista a serviço das forças imperialistas, na luta comum contra Assad.

Ele disse que um encontro na província, ao sul da Turquia, de Hatay, dia 28 de novembro, teve a presença do chefe do CNS, Burhan Ghaliun, e do chefe ELS, Riyadh al-Assad, cujas forças incluem desertores sírios.

"O conselho reconheceu o Exército Livre da Síria como uma realidade, enquanto o exército reconheceu o conselho como um representante político" da oposição, disse Khoja. O encontro marcou um novo passo nos esforços para unir a oposição a Assad.

Com agências