Bacalhau da Amazônia chegará a Manaus na próxima quinta-feira

O consumidor amazonense vai encontrar em Manaus, a partir da próxima quinta-feira, o bacalhau da Amazônia, produto resultado do processamento do pirarucu. O lançamento comercial do pescado seco e salgado acontece no dia 30, às 19h, no Buffet Galáxia. No dia seguinte, o produto estará à venda ao consumidor num estande localizado na Expoagro.

Oriundo da Reservas de Desenvolvimento Sustentável Mamirauá, o quilo do bacalhau deve custar entre R$ 35 e R$ 50, pelo menos 50% mais barato que o bacalhau tradicional, comercializado atualmente por aproximadamente R$ 90/kg.

A Secretaria de Estado da Produção Rural (Sepror) negocia a entrada do produto nas redes de supermercado locais. O Grupo Pão de Açúcar também tem interesse no pescado beneficiado.

Levantamento do Ministério da Pesca e Aqüicultura aponta que o Brasil importa, em média, 38 mil toneladas de bacalhau por ano. Só em Maraã, a indústria tem capacidade para produzir 1,5 mil toneladas nesse período.

Indústria
Inaugurada no mês de agosto, a indústria de bacalhau da Amazônia opera, atualmente, em três turnos e tem capacidade para estocar até 80 toneladas de pescado salgado e seco. O corpo de funcionários é composto de 63 pessoas, das quais 48 atuam na operação e 15 na parte administrativa. Essa é a primeira indústria do gênero na América do Sul.

A estrutura da fábrica tem capacidade de processamento de 5 toneladas por dia, o que se reflete em média 2 toneladas por dia de bacalhau. Além do pirarucu, outros peixes podem ser processados na indústria. A previsão, é que no primeiro semestre de 2012 a carne de jacaré também entre no processo de produção.

De acordo com o engenheiro de pesca Bismark dos Prazeres, responsável pela produção, a atividade na indústria é responsável também pela geração de cerca de 2 mil empregos indiretos no período de manejo.

Mamirauá
O pirarucu é manejado na Reserva de Desenvolvimento Sustentável Mamirauá com assessoria técnica do Programa de Manejo de Pesca do Instituto Mamirauá. Desde 1998, o programa promove a conservação dos recursos pesqueiros nas Reservas Mamirauá e Amanã, com a participação das comunidades.

“A criação da agroindústria é mais uma oportunidade para agregar valor ao peixe cujos princípios de produção são a sustentabilidade ambiental, a justiça social e a viabilidade econômica”, afirmou a Coordenadora do Programa de Manejo de Pesca, a bióloga Ellen Amaral.

O manejo participativo da pesca de pirarucus ajudou a aumentar em aproximadamente 425% o estoque natural da espécie, nas áreas manejadas da Reserva Mamirauá. Desde 1999, mais de mil pescadores foram envolvidos com a pesca e houve um incremento na renda em mais de 400% para cada um desses pescadores.