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UBM apoia campanha Quem ama, abraça

Grandes nomes da música brasileira se reuniram para protagonizar um vídeo para a campanha Quem Ama, Abraça – Pelo Fim da Violência Contra as Mulheres, promovida pela Rede de Desenvolvimento Humano (Redeh) e pelo Instituto Magna Mater. Para a União Brasileira de Mulheres (UBM), a iniciativa é positiva e agrega força à luta das mulheres. Além do vídeo, que será veiculado até o dia 10, também haverá intervenções nas cidades e uma página na internet.

"Trata-se de um processo de construção propositivo, com uma mensagem positiva. Lembrando que antigamente nosso lema era quem ama, não mata, não maltrata. Agora, quem ama, abraça, uma mensagem interessante", avaliou Elza Campos, presidente da UBM.

A campanha de não-violência contra as mulheres surge para lembrar os 30 anos do Dia Internacional Contra a Violência Doméstica, nesta sexta-feira (25), e tem o objetivo de estimular o debate sobre a questão a partir de intervenções urbanas.

Inspirada na campanha latino-americana “Mujeres por la Ciudad”, foi lançada no Rio de Janeiro, Vitória, Belém e Porto Alegre, onde há estatuetas de mulheres espalhadas em diversas praças da cidades para saber como as cidades tratam as mulheres. Depois, as estatuetas serão recolhidas no dia 22 e, no dia 25, receberão uma intervenção simbólica. Ela também marca os 20 anos da criação da atividade Dezesseis dias de ativismo pelo fim dessa barbárie.

Em Porto Alegre, por exemplo, a Secretaria de Políticas para as Mulheres (SPM) do município e parceiros locais batizaram a intervenção em "Como minha cidade trata as mulheres?", que se propõe, através da representação simbólica, evidenciar às autoridades e a opinião pública como as mulheres são tratadas pelos que nela vivem.

Na capital gaúcha as estatuetas estão na Estação Rodoviária, no Largo Glênio Peres e no Terminal da Assis Brasil. Hoje, as estatuetas foram eunidas no Largo Glênio Peres, quando houve o Ato de divulgação da Campanha Quem ama, abraça e a intervenção positiva com as bonecas por artistas plásticos do Instituto Estadual de Artes Visuais da Secretaria de Estado da Cultura e da Associação Chico Lisbo.

Durante todos esses dias de campanha, alguns dados alarmentes sobre a questão serão disseminados para chamar a atenção de todos, como: a cada duas horas uma mulher é assassinada no Brasil; seis em cada dez brasileiros conhecem alguma mulher que foi vítima de violência doméstica; 30% das mulheres brasileiras já sofreram algum tipo de violência doméstica; a cada dois minutos, cinco mulheres são violentamente agredidas no Brasil.

A coordenadora executiva da Redeh, Schuma Schumaher, ressaltou que o trabalho tem como principal objetivo o de chamar a atenção da sociedade, elaborando uma campanha com apelo popular, que dialogue com a sociedade. "O que queremos muito é atrair a sociedade, as pessoas, homens e mulheres, para que a gente possa fazer um mutirão. Criar uma grande onda de abraços pelo fim da violência contra as mulheres. Infelizmente, os dados que temos até hoje são assustadores”, lamentou Schuma.

A coordenadora lembrou das leis que existem atualmente, como a Maria da Penha, que criminalizam as agreções e estabelecem garantias e proteção para a mulher que denuncia seu agressor. Portanto, ela acredita que o movimento busca assegurar os direitos das mulheres e é preciso encontrar meios para que os índices de violência sejam menores na sociedade.

Shuma classifica a violência contra as mulheres como uma tragédia vivida pela sociedade mundial.  Com relação ao aumento do número de registros de violência contra a mulher, ela ressaltou a divergência sobre os números.

"No passado, a questão da violência doméstica era muito privada, como sintetiza bem a frase 'em briga de marido e mulher ninguém mete a colher'. Antes não tinham estatísticas sobre essa questão, não tinha uma acolhida à mulher quando ela ia fazer a denúncia. A grande maioria das vezes os delegados que atendiam a mulher na delegacia mandavam ela voltar e fazer algo que agradace seus maridos, uma sopinha. Quando o movimento de mulheres, a imprensa, autoridades governamentais começam a tratar esse tema, quando surgem as delegacias, esse fenômeno vai ganhando mais visibilidade, as mulheres vão se sentindo mais seguras e denunciando mais. Então, o que eu penso é que aumentou o número de denúncias. Eu não posso acreditar que em pleno século XXI, que tenha aumentado a violência", opinou.

A presidente da UBM também acredita que não ocorra um aumento da violência. "A dimensão da questão da violência contra mulheres e meninas ganhou contornos maiores. Os movimentos estão mais organizados e jogaram luz para o problema social. Portanto, a sociedade acolhe melhor e as vítimas acabam se sentindo mais seguras para denunciar e dar um basta a situação. No entanto, não podemos deixar de dizer que ainda é preciso avançar muito, mas muito mais para de fato conquistar a igualdade de gênero", concluiu Elza Campos.

Vídeo e site

De 25 de novembro a 10 de dezembro, a campanha Quem Ama, Abraça estará sendo veiculada nacionalmente em um videoclipe gravado por grandes nomes da música brasileira, como Alcione, Ana Carolina, Beth Carvalho, Carlinhos Brown, Chico César, Daniel, Daniela Mercury, Ed Motta, Elba Ramalho, Lenine, Margareth Menezes e Martinho da Vila. Confira a página da campanha aqui, e o abaixo o clipe:

Deborah Moreira, com Agência Patrícia Galvão