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Dilma: "Podemos avançar sem desrespeitar o meio ambiente"

A presidente Dilma Rousseff defendeu nesta quarta (23) a construção de um consenso envolvendo o novo Código Florestal que está em discussão no Congresso Nacional. Segundo ela, o Brasil não pode contrapor seu papel de potência agrícola à preservação das riquezas naturais e da biodiversidade.

No evento que comemorou os 60 anos da Confederação Nacional da Agricultura (CNA), a presidente fez um alerta para o uso da questão ambiental como “instrumento de geopolítica”, como ocorreu na Conferência das Nações Unidas sobre Mudanças Climáticas (COP 15), realizada em Copenhague. Nesse sentido, acrescentou que o Brasil conta com a “posição estratégica” de dispor de uma matriz energética renovável.

“E esse talvez seja o maior entrave para a questão ambiental no mundo, porque não é fácil achar substituto para a energia fóssil, o carvão e o óleo diesel, principalmente. O grande fator que torna o Brasil em condições de disputa é o fato da nossa força energética e agrícola. Podemos avançar muito sem compactuar com o desrespeito ao meio ambiente, fortalecendo nossa agricultura em toda a sua diversidade.”

A presidente ressaltou que a Conferência das Nações Unidas sobre Desenvolvimento Sustentável, a Rio+20, que será realizada em 2012, não vai discutir metas, mas pode ser a oportunidade de o Brasil dar alguns exemplos.

“É o momento oportuno para mostramos que esse país, para produzir etanol, por exemplo, não desmata um metro quadrado.”

No discurso, Dilma disse ainda que o Brasil é uma potência agropecuária, com um agronegócio pujante, dinâmico e eficiente. Segundo ela, o país avançou em suas políticas públicas de apoio ao desenvolvimento da agricultura e da pecuária.

“Cito um único número. No atual Plano Agrícola e Pecuária, estão disponíveis R$ 107 bilhões para financiar o agronegócio, quase quatro vezes o total aplicado na safra de dez anos atrás. Mas queremos mais. Daí porque, um dos compromissos que eu assumo aqui é buscar garantias para que cada desses R$ 107 bilhões chegue à mão do produtor.”

Citando a Embrapa, ela defendeu a incorporação de novas tecnologias para aumentar a produtividade.

“A Embrapa é um dos orgulhos do país. Gerou conhecimento, tecnologia e mostrou a possibilidade real e concreta de uma parceria entre o setor público e privado.”

Crise

Dilma Rousseff disse à plateia de produtores rurais que o Brasil não está desprotegido dos efeitos da crise internacional. Além do forte mercado interno, o país conta R$ 440 bilhões em depósitos compulsórios, o que evitaria o uso dos recursos do Orçamento para fazer frente à falta de crédito. A presidenta lembrou ainda que o governo cortou R$ 50 bilhões do Orçamento no início do ano.

“Nós estamos completamente atentos para garantir um crescimento sustentável do Brasil diante desta situação internacional”, afirmou.

Fonte: Blog do Planalto