Sem categoria

Médicos fazem paralisação nesta terça em defesa do SUS 

Em todos os Estados brasileiros, estão previstas, nesta terça-feira (25), manifestações organizadas pelos médicos que atendem na rede pública de saúde. Eles denunciam a baixa remuneração e as más condições de trabalho, que comprometem a qualidade da assistência oferecida à população pelo Sistema Único de Saúde (SUS). 

O movimento – coordenado pela Comissão Pró-SUS, composta por representantes do Conselho Federal de Medicina (CFM), da Associação Médica Brasileira (AMB) e da Federação Nacional dos Médicos (Fenam) – quer chamar a atenção das autoridades e da população para os problemas que afetam o setor e que comprometem a qualidade do atendimento oferecido.

A Comissão Pró-SUS apresentará um balanço nacional da mobilização nesta segunda-feira (24), em Brasília, quando também divulgará dados sobre aspectos relacionados à remuneração médica, à carência de equipamentos e à falta de recursos para investimento na saúde pública.

Um diferencial na mobilização de 25 de outubro é a solidariedade expressa pelos hospitais conveniados à rede SUS. Em setembro, a Confederação das Santas Casas de Misericórdia, Hospitais e Entidades Filantrópicas (CMB) encaminhou circular aos responsáveis pelas instituições filiadas para comunicar apoio à mobilização.

“Peço apoio necessário ao movimento, considerando as particularidades de sua região, para que seja alcançada repercussão positiva nas negociações e na qualidade de atendimento no SUS”, diz o presidente da CMB no documento, José Reinaldo Nogueira de Oliveira Junior. Esse consenso deve resultar em maior adesão ao protesto.

“Com a mobilização queremos chamar a atenção das autoridades para a necessidade de mais recursos para a saúde, melhor remuneração para os profissionais e melhor assistência à população”, afirma o coordenador da Comissão Pró-SUS do CFM e 2º vice-presidente da entidade, Aloísio Tibiriçá Miranda.

“É importante que os médicos se envolvam neste movimento; buscamos segurança para o exercício da profissão: recursos, estrutura de trabalho”, acrescenta o presidente da Associação Médica Brasileira (AMB), Florentino Cardoso.

Adesão ao movimento

Até o momento, já estão confirmadas a suspensão do atendimento em 11 estados (Bahia, Goiás, Mato Grosso, Minas Gerais, Paraíba, Pernambuco, Piauí, Rondônia, Espírito Santo, Rio Grande do Norte e Sergipe).

Em outros cinco estados (Santa Catarina, Maranhão, Paraná, Rio de Janeiro, São Paulo e Santa Catarina), estão previstas a realização de manifestações públicas em protesto contra a precariedade da rede pública. Inclusive, são esperadas paralisações localizadas (um hospital, um centro de saúde, um ambulatório) em algumas regiões.

Nos outros 11 estados, o tema está sendo discutido pelas lideranças regionais, sendo em que em alguns, já há indicativo de suspensão.

Nos estados em que se optou pela paralisação, serão suspensos os atendimentos eletivos (consultas, exames, cirurgias e outros procedimentos). Ficará assegurado o trabalho nas unidades de urgência e emergência.

No início do mês, o Conselho Federal de Medicina determinou aos Conselhos Regionais (CRMs) o envio de correspondências aos gestores públicos (secretários de saúde e diretores técnicos e clínicos de estabelecimentos de saúde) com um alerta sobre o movimento iminente.

No documento, os responsáveis eram orientados a fazer as escalas e as marcações para evitar constrangimentos aos pacientes e seus familiares, bem como assegurar novas datas para os procedimentos desmarcados.

Com informações do CFM