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Globalizemos a Praça Tahir! Globalizemos a Porta do Sol!

Intelectuais consagrados em todo o mundo assinaram um manifesto global de apoio às marchas realizadas em todo o mundo em prol de mudanças globais. Naomi Klein, Vandana Shiva, Noam Chomsky e Eduardo Galeano se somaram ao manifesto global impulsionado por manifestantes de todo o mundo que exigem uma “democracia global: um governo global do povo e para o povo”.

No final de semana, dezenas de milhares de pessoas em mais de 80 países foram às ruas protestar contra a crise e o sistema financeiro mundial. Em diversas capitais do mundo pessoas continuam acampadas em praças, catedrais e ruas, dando continuidade ao movimento 15-O, iniciado no sábado, 15 de outubro.

Os intelectuais defendem uma mudança nas instituições internacionais não democráticas como FMI, OMC, o comércio internacional, os bancos mundiais, o G8/G20 e o Conselho de Segurança da ONU. Pedem que elas atuem com o consentimento do povo, ou do contrário, advertem, devem ser derrubadas. “Exigimos a mudança do G8 pela humanidade completa: o G7.000.000.000"

O manifesto foi elaborado depois de quatro meses de trabalho. Foram realizadas consultas entre os grupos, ativistas e assembleias de países como Egito, Tunísia, Reino Unido, Alemanha, Espanha, EUA, Palestina, Israel, Brasil, México, Uruguai, Argentina, Índia e Austrália.

Seguem trechos do manifesto:

“Unidos e unidas em nossa diversidade por uma mudança global, exigimos democracia global: um governo global do povo e para o povo. Inspirados em nossos irmãos e irmãs na Tunísia, Egito, Líbia, Síria, Bahrain, Palestina-Israel, Espanha, Chile e Grécia, também exigimos uma mudança de regime: uma mudança de regime global. Nas palavras de Vandana Shiva, a ativista indiana, exigimos a troca do G8 pela humanidade completa – o G7.000.000.000.

Hoje, mais do que nunca, forças globais determinam nossas vidas. Nossos trabalhos, nossa saúde, nossa moradia, nossa educação e nossas pensões estão controladas pelos bancos internacionais, o mercado, os paraísos fiscais, as corporações e as crises financeiras. Nosso meio ambiente está sendo destruído pela contaminação em outros continentes. Nossa segurança é determinadas pelas guerras e pelo comércio de armas, drogas, recursos naturais que beneficiam pessoas fora de nossas fronteiras.

Estamos perdendo o controle sobre nossas vidas. Isso deve terminar. Isso vai terminar. Nós, cidadãos do mundo, devemos recuperar o controle sobre as decisões que nos afetam em todos os níveis – de global a local. Isso é democracia global. Isso é o que exigimos.

Como os zapatistas mexicanos, dizemos ‘Já basta! Aqui o povo manda e o governo obedece’ – Já basta! Aqui o povo manda e as instituições globais obedecem. Como os indignados espanhóis dizemos: ‘Democracia real já!’ – Democracia global real já!”

Da Redação, com informações do Publico.es