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Governo e Fifa se reúnem e não discutem meia-entrada

Integrantes da Fifa e do governo federal se reuniram nesta quinta (13) por seis horas para discutir a Lei Geral da Copa-2014, conjunto de regras que deverão garantir os poderes da entidade e as responsabilidades de cada organizador durante a preparação do evento.

O principal impasse é a concessão de meia-entrada para idosos e estudantes, que pode gerar um prejuízo de R$ 180 milhões para a Fifa. Segundo o Ministério do Esporte, a reunião tratou "fundamentalmente" do credenciamento, direitos de transmissão, combate ao marketing de emboscada e responsabilidade civil da União. Ou seja, pelo discurso oficial, os pontos mais sensíveis da lei não foram discutidos.

Apesar da polêmica, a palavra de ordem de Fifa e governo brasileiro é de união. "O objetivo da reunião foi discutir a Lei Geral da Copa e dar continuidade ao esforço conjunto para a realização bem sucedida da Copa", diz a nota publicada pelo ministério.

Nem integrantes da Fifa ou do governo deram entrevistas após a reunião. O Ministério do Esporte afirmou ainda que a reunião servirá de "ponto de partida para aprofundar o diálogo" durante a organização da Copa e aprovação da Lei Geral.

O encontro desta quinta-feira foi o primeiro após a presidente Dilma Rousseff se encontrar com a cúpula da Fifa na Bélgica. A ideia é tornar as reuniões de trabalho mais frequentes — antes, o diálogo estava centralizado no Comitê Organizador Local, presidido por Ricardo Teixeira.

Essa primeira reunião serviu para reunir a equipe jurídica da Casa Civil e Ministério do Esporte com a Fifa e o comitê local. Não participaram nem o ministro do Esporte, Orlando Silva, nem Jerome Valcke, secretário-geral da Fifa. A entidade foi representada pelo chefe de Direito Comercial da Fifa, Jörg Vollmüller.

Qualquer alteração na Lei Geral da Copa deverá passar pelo deputado Vicente Cândido (PT-SP), relator do projeto de lei na comissão geral instalada na Câmara dos Deputados. Segundo a Folha apurou, além do impasse milionário sobre a meia-entrada, a Fifa pediu que a redação da lei fosse alterada, para deixar mais claro alguns pontos da responsabilidade de cada um durante a organização do evento.

Uma das maiores preocupações da entidade é sobre a proteção de marcas dos patrocinadores da Fifa, que bancam boa parte do lucro da entidade e exigem regras para dificultar a pirataria e o chamado marketing de emboscada –quando uma empresa que não patrocina o evento se aproveita dele.

Fonte: Folha de S.Paulo