Inácio Arruda: Um teste que ajuda as crianças

Segundo a Organização Mundial de Saúde (OMS), 10% da população mundial apresenta deficiência auditiva, de leve a grave. A incidência de crianças com dificuldades auditivas no mundo é de quatro a seis para cada grupo de mil. No Brasil, estima-se a existência de 15 milhões de deficientes auditivos.

Apresentei o projeto dessa lei quando era deputado federal, em novembro de 1997. Quando finalmente foi sancionada, em 2010, mais de 50% de nossa população era composta de crianças e adolescentes, e 80% das pessoas sofriam absoluta carência de condições básicas de saúde.

O exame é simples. Durante alguns minutos, um pequeno fone é colocado na parte externa do ouvido, enquanto o bebê dorme. Deve ser realizado preferencialmente nos primeiros três meses de vida. A técnica registra se as partes internas da orelha estão funcionando. Quando houver suspeita de deficiência, a criança será encaminhada para avaliações mais completas. Quase 100% dos casos de deficiência auditiva têm algum tipo de solução quando diagnosticados no primeiro ano de vida, segundo informam fonoaudiólogos e pediatras.

Doris Lewis, vice-presidente da Sociedade Brasileira de Fonoaudiologia, considera que o teste “serve para identificar 90% das perdas auditivas, desde as mais leves até as mais profundas”. Ela lembra que uma deficiência não diagnosticada pode comprometer a comunicação e a linguagem, provocando “impactos na escolarização até a inserção no mercado de trabalho”.

O teste da orelhinha não dói, é rápido e gratuito. Assim como o teste do pezinho, é um direito que os brasileiros devem exigir. Uma lei que deve ser cumprida, para o bem de nossas crianças.

* Inácio Arruda é Senador pelo PCdoB-CE

Fonte: O Povo