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Israel provoca Palestina anunciando mais 1.100 casas em Jerusalém

Em um ato que seria considerado como uma declaração de guerra caso tivesse sido tomado pelo lado palestino, Israel anunciou nesta terça-feira (27) que vai construir mais 1.100 novas casas no território ocupado de Jerusalém Oriental, lado palestino da cidade.

O anúncio foi feito pelo primeiro-ministro dos ocupantes, Benjamin Netanyahu, deixando de lado todos os "pedidos" e "recomendações" de seus diretos aliados para que evitasse novas provocações contra os palestinos.

O principa motivo para os palestinos terem abandonado as negociações diretas com os Israelenses a quase um ano foi a retomada das construções nos territórios invadidos. O anúncio de hoje foi seguido por lamentações e lamúrias dos governos dos Estados Unidos e União Europeia.

A secretária de Estado americana, Hillary Clinton, usou a velha retórica estadunidense, de reclamar sem condenar quando o assunto é Israel, afirmando desta vez que a decisão "é contraproducente para que as negociações sejam retomadas". Ficou nisso, como sempre, pois afasta-se do pensamento qualquer tipo de pedido de sanção ou retaliação contra o satélite americano.

Jocosamente, Netanyahu disse que "não tinha a intenção de congelar" a construção em território roubado aos palestinos "porque eles usavam isso como um 'pretexto' para não retornarem às negociações".

A porta-voz do Departamento de Estado dos EUA, Victoria Nuland, também se somou às lamúrias pela medida. Segundo ela, os Estados Unidos estavam "profundamente decepcionados" por conta do anúncio israelense.

Já a chefe da diplomacia europeia, Catherine Ashton, também se somou às lamúrias, pedindo que Israel abandone a ideia. O tom dessas lamúrias é muito diferente do usado ao se ameaçar países independentes e soberanos, quando se usa além da retórica a prática de sanções econômicas e políticas para causar danos aos povos e governos considerados inamistosos pelos ocidentais.

"Pedimos às duas partes que evitem medidas provocativas e, portanto, lamento enormemente que hoje se tenha decidido continuar com os assentamentos (sic)", lamentou.

Segundo ela, o plano deveria ser cancelado porque o aumento dos assentados "ameaça a viabilidade da solução de dois Estados".

A provocação israelense acontece um dia após o Conselho de Segurança da ONU ter começado a discutir o pedido palestino de integrar-se como Estado pleno às Nações Unidas, feito na última sexta-feira (23) por Mahmud Abbas em Nova York.

O pedido precisa do apoio de nove dos 15 membros do Conselho para ser aceito e não pode ser vetado por nenhum membro permanente do órgão. Os Estados Unidos, porém, já afirmaram que vão vetar a solicitação, evidenciando que vão se isolar ainda mais da 'comunidade internacional' que tanto 'reverenciam'.

Diplomatas afirmam que pode levar semanas até que a requisição seja votada. O libanês Nawaf Salam, presidente do Conselho neste mês, disse que o pedido de Abbas já foi remetido aos 15 membros.

Durante seu discurso na Assembleia Geral da ONU, Abbas informou que havia entrado com o pedido formal de reconhecimento da Palestina como Estado pleno. A declaração grande ovação e tem muito apoio, exceto pela posição recalcitrante dos ocupantes e de seu Estado mentor, os Estados Unidos.

"O Estado que queremos será caracterizado pelo direito, pela democracia e pela igualdade", afirmou Abbas na ocasião. "Esse é o momento da verdade. Nosso povo espera ouvir a resposta do mundo. Ele deixará que a ocupação continue em nossa terra? Nós somos o último povo mundial sob política de ocupação".

Com agências