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Grécia nega calote parcial confirmado por fontes do FMI

O governo da Grécia negou oficialmente nesta segunda-feira, 26, que esteja discutindo com credores internacionais um calote (default) em 50% de sua dívida soberana como parte de um plano para conter a crise na zona do euro.

O ministro das Finanças grego, Evangelos Venizelos, disse que não discutiu a possibilidade de calote durante o encontro que manteve com autoridades do FMI durante o fim de semana, em Washington, nos Estados Unidos.

Porém, fontes do FMI ouvidas pela BBC, informaram que a redução de 50% do valor da dívida estava sendo debatido com a Grécia como uma das alternativas para contornar a crise.

Os bancos, em compensação, teriam acesso a recursos extras, cuja fonte seria um novo pacote de resgate por parte da União Europeia. O suposto pacote seria maior que os anteriores.

O mercado reagiu positivamente à possibilidade de injeção de dinheiro nos bancos credores da Grécia.

As ações de bancos alemães e franceses – particularmente expostos ao endividamento grego – tiveram elevações na ordem de 6% a 8% ao longo dos pregões europeus.

Segundo as informações apuradas pela BBC, e oficialmente negadas pela Grécia, o novo plano ficaria pronto em seis semanas.

Publicamente, líderes mundiais descartam a possibilidade de moratória para a Grécia. Mas relatos sugerem que há discussões em curso para permitir que o país dê calote parcial em parte de suas dívidas e permaneça na zona do euro.

Incertezas

Durante o final de semana, representantes do G20 (grupo das economias mais ricas e emergentes) reafirmaram comprometimento com "uma resposta internacional forte e coordenada" à crise, mas analistas preveem semanas de volatilidade nos mercados financeiros, por conta das dúvidas dos investidores quanto à eficácia das medidas e à recuperação das economias europeias e americana.

Na Alemanha, a maior economia da zona do euro, um índice que mede o otimismo para negócios chegou a um de seus níveis mais baixos, segundo relato da agência France Presse.

União Europeia supostamente colocaria o plano em prática dentro de cinco ou seis semanas

Ainda na noite de domingo, o FMI anunciou que seus inspetores vão retornar à Grécia "provavelmente nesta semana", para verificar os avanços obtidos pelo governo de Atenas.

O anúncio foi feito pouco depois do encontro, em Washington, entre o ministro das Finanças da Grécia, Evangelos Venizelos, com a diretora-gerente do FMI, Christine Lagarde.

O ministro disse que seu país continuaria seguindo as regras do plano de austeridade para obter o próximo pacote de ajuda.

Venizelos afirmou que as medidas tomadas por seu governo melhoraram o cenário financeiro do país, mas reconheceu que é preciso fazer mais.

“Se não fizermos esses sacrifícios, nossa soberania está em jogo”, disse.

Catástrofe

O secretário grego para Relações Econômicas Internacionais, Constantine Papadopoulos, disse que deixar a zona do euro seria uma catástrofe para o país.

"Pessoalmente acho que deixar a zona do euro nos levaria de volta para os anos 1960 ou 70", disse ele à BBC, afirmando que o sistema de moeda comum oferece ao país mais estabilidade, financiamento e competitividade por meio de incentivos à modernização.

Outra é a posição da classe trabalhadora e do movimento sindical, que nesta segunda-feira desencadearam nova onde de greves contra o pacote de arrocho fiscal e aumento de impostos que o governo, a mando do FMI, está impondo.

Com informações da BBC