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Premiê turco: "Israel deve pagar pelos crimes que cometeu"

Durante estadia na cidade do Cairo, Recep Tayyip Erdogan, primeiro-ministro da Turquia, afirmou para vários ministros das Relações Exteriores de países árabes que Israel se isolou e vai ter de pagar o preço por ter se recusado a pedir desculpas após o ataque perpetrado à Flotilha da Liberdade no ano passado

Em sua visita de três dias ao Egito, Erdogan se reuniu com o novo comandante das Forças Armadas e com o primeiro-ministro do país. Em um discurso na sede da Liga Árabe, Erdogan foi aplaudido diversas vezes pelos ministros reunidos.

"A questão palestina continua a ser uma ferida aberta", disse Erdogan em uma entrevista coletiva junto ao primeiro-ministro egípcio Essam Sharaf, no Cairo.

A Liga Árabe reafirmou seu apoio à Palestina em relação ao pedido que será apresentado na Assembleia Geral da ONU neste mês, pedindo o reconhecimento do Estado palestino.

Em declaração distribuída na terça-feira, a organização de 22 países condenou as medidas unilaterais israelenses, "cujo objetivo é mudar a realidade dos territórios palestinos ocupados", em referência à construção de colônias ilegais em territórios palestinos da Cisjordânia e de Jerusalém Oriental.

Estados Unidos e seu satélite no Oriente Médio, naturalmente, fazem feroz oposição ao desejo palestino. Os EUA já afirmaram que usarão seu poder de voto para frustrar as aspirações palestinas.

Assim, o presidente da Autoridade Nacional Palestina, Mahmoud Abbas, deve escolher pela proposião de uma votação de reconhecimento na Assembleia Geral da organização, em lugar de entrar com uma solicitação no Conselho de Segurança.

Os palestinos passariam então a ter acesso pleno ao direito de participação na ONU. Expressando seu apoio ao reconhecimento da Palestina, o primeiro-ministro turco disse que "não se trata de uma opção, mas de uma necessidade".

Em seguida à recusa de Israel em pedir desculpas pelo assassinato de 9 ativistas turcos que seguiam junto à Flotilha da Liberdade para Gaza pelas Forças Armadas israelenses, a Turquia suspendeu o acordo militar que mantinha com o estado sionista, expulsou diplomatas israelenses e anunciou que vai utilizar suas Forças Armadas para escoltar embarcações que transportem assistência a Gaza no futuro.

"Israel precisa pagar pelos crimes que cometeu", disse Erdogan em seu discurso. "O país age de modo irresponsável e não hesita em ferir a dignidade humana e a lei internacional ao executar ataques contra comboios internacionais que carregam apenas alimentos e brinquedos para crianças", afirmou o premiê.

Erdogan também visitará a Tunísia, país que teve seu governo derrubado por um levante popular mas que continua com o mesmo regime ditatorial vigente, e a Líbia, país que sofre uma agressão violenta por parte da Otan, que utiliza contrarrevolucionários líbios como aríetes no terreno de batalha.

Com agências