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Livro infantil sobre 11/09 retrata muçulmanos e gera polêmica

Um livro de colorir para crianças é o mais novo centro de polêmica nos Estados Unidos. A publicação gerou controvérsia ao ensinar os pequenos sobre os ataques de 11 de setembro retratando muçulmanos acompanhados das palavras terrorista e extremista.

"É nojento", resume Dawud Walid, diretor do Conselho de Relações Americanas-Islâmicas, que lidera a campanha contra o que considera um livro perigoso e irresponsável.

Walid viu o livro e disse que cada menção ou representação dos muçulmanos ou do Islã é acompanhada das palavras terrorista ou extremista. Segundo ele, não há imagens ou qualquer referências aos muçulmanos que morreram nos ataques ou que ajudaram no resgate das vítimas.

Ele afirma ainda que o livro não menciona que a vasta maioria dos muçulmanos nos EUA e ao redor do mundo condena o terrorismo. "É bobo pensar que uma criança que pinta o livro, que nunca teve contato com muçulmanos, sairá desta experiência com qualquer outra coisa que não medo dos muçulmanos ou pensamento de que os muçulmanos são más pessoas", disse Walid à agência de notícias France Presse.

Por sua vez, o editor da Really Big Coloring Books, Wayne Bell, insistiu que o livro é um retrato honesto dos atentados. "Nós dissemos esta verdade e nós a dizemos preto no branco", disse Bell. "Este livro é sobre 19 terroristas diabólicos que assassinaram 3.000 pessoas. Acontece que as pessoas que pilotaram os aviões contra os prédios eram jihadistas muçulmanos radicais.", completou.

O editor explicou que a equipe da editora realizou extensa pesquisa e entrevistas com parentes de vítimas para escrever o livro e constatou: "O tema recorrente que ouvimos é para não fazer um livro que é politicamente correto", disse. Ele frisou que as pessoas ouvidas pediram ainda um livro que fosse patriótico.

Já Walid analisa o livro como perigoso: "Nós nunca esqueceremos o 11/09 – O livro infantil da Liberdade", a obra ensina às crianças que "extremistas islâmicos radicais que odeiam a liberdade" atacaram os EUA porque eles "odeiam o modelo americano de vida, porque somos livres".

Para o diretor do Conselho de Relações Americanas-Islâmicas a interpretação dos ataques contida na obra é simplista e populista. Ele criticou também o desenho de Bin Laden escondido atrás de sua mulher quando foi morto a tiros por um agente especial dos EUA.

Bell rejeitou as críticas como a tentativa de explorar um "livro inocente" para promover agenda política, mas, o debate foi muito positivo, elevando as vendas do livro.

Fonte: folha Online