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Reserva para pagar juros da dívida chega a R$ 14,9 bilhões

O superavit primário do setor público consolidado chegou a R$ 13,789 bilhões em julho, informou nesta sexta-feira (26) o Banco Central (BC). No mesmo mês do ano passado, essa economia para o pagamento dos juros da dívida pública foi R$ 1,532 bilhão.

Esses dados levam em conta a economia total feita pelo país, o chamado setor público consolidado, que inclui União, Estados, municípios e empresas estatais.

A economia, no entanto, não foi suficiente para cobrir os gastos com juros, que chegaram a R$ 18,797 bilhões. Com isso, o deficit nominal – receitas menos despesas, incluídos gastos com juros – ficou em R$ 5,007 bilhões em julho.

No mês passado, o governo central (Banco Central, Tesouro Nacional e Previdência) registrou superavit primário de R$ 10,918 bilhões. Os governos estaduais contribuíram com R$ 1,592 bilhão. Já os municipais participaram com R$ 32 milhões. As empresas estatais, excluídos os grupos Petrobras e Eletrobras, registraram superavit primário de R$ 1,247 bilhão.

Nos sete meses do ano, o superavit primário do setor publico consolidado chegou a R$ 91,979 bilhões, contra R$ 43,588 bilhões registrados de janeiro a julho de 2010 – a meta para este ano é de R$ 117,9 bilhões.

Nesses sete meses, o governo central registrou superavit de R$ 66,307 bilhões, enquanto os estaduais contribuíram com R$ 21,711 bilhões e os municipais, com R$ 2,050 bilhões. As empresas estatais registraram R$ 1,911 bilhão.

Gastos com juros subiram

De janeiro a julho, os gastos com juros chegaram a R$ 138,544 bilhões, ante R$ 109,152 bilhões de igual período do ano passado.

Segundo o relatório do BC, o aumento das despesas com juros foi influenciado “pelo patamar mais elevado da taxa Selic acumulado no ano e pela maior variação do IPCA [Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo], indicadores que incidem sobre parcela expressiva dos títulos federais”.

Em 12 meses encerrados em julho, o superavit primário chegou a R$ 150,087 bilhões, o que corresponde a 3,83% de tudo o que o país produz – Produto Interno Bruto (PIB). Os gastos com juros chegaram a R$ 224,761 bilhões, ou 5,73% do PIB.

Governo tem maior superavit em 14 anos

Mais cedo, o Tesouro Nacional também divulgou o resultado primário do governo central, que avalia o desempenho do governo federal ou governo central (que inclui o Tesouro Nacionala, Previdência Social e o Banco Central).

Pelos dados do Tesouro, o governo central registrou em julho superavit primário de R$ 11,184 bilhões – o melhor resultado desde o início da série histórica, em 1997.

Nos sete meses do ano, o resultado acumulado chega a R$ 66,9 bilhões. Com o resultado de julho, o governo central cumpriu 81,78% da meta fiscal nominal estabelecida para 2011 (R$ 81,8 bilhões).

Superavit primário é o quanto de receita os governos conseguem economizar. Esse dinheiro é usado para pagar os juros da dívida pública. Um exemplo desses juros é o que os investidores que compraram títulos do governo recebem como remuneração pela sua aplicação.

Obter o superavit primário é importante para conter o aumento da dívida pública e evitar a moratória no futuro.

A dívida pública é contraída, entre outras situações, quando o governo vende títulos para os aplicadores. Ele promete aos investidores pagar juros a mais no futuro, como acontece com qualquer outro investimento financeiro.

Se o governo não economizar, a dívida pode crescer muito e ele não tem como pagar. Isso caracterizaria o calote.

Fazer muito superavit primário não tem só esse lado bom de guardar dinheiro para pagar as dívidas. O governo realiza essa economia aumentando impostos e deixando de investir em, por exemplo, saúde, educação, melhores salários e infraestrutura.

Metodologias diferentes

O BC e o Tesouro utilizam metodologias diferentes. Pelos critérios do Tesouro Nacional, o superavit primário é calculado com base nas receitas e nos recursos executados do Orçamento.

Já a metodologia do BC registra o esforço fiscal com base na variação do endividamento da União, dos estados, dos municípios e das estatais. A diferença nos resultados costuma ocorrer devido a defasagens nos dados usados nos cálculos.

Com informações da Agência Brasil