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Militares envolvidos em crimes serão julgados no Uruguai

O Tribunal de Apelações Penais (TAP) do Uruguai confirmou nesta quinta-feira (25) que o general Miguel Dalmao será julgado pelo assassinato em 1974 da militante comunista Nibia Sabalsagaray.

O processo a que Dalmao está respondendo, sob regime carcerário, será julgado junto com o do coronel José Chialanza, ambos sob a acusação de co-autores do homicídio muito especialmente agravado , de acordo com a justiça.

Sabalsagary foi assassinada na sede do Batalhão de Transmissões Nº 1.

A defesa de ambos os militares questionou antecipadamente a decisão do juiz penal, Rolando Vomero, pela suposta inexistência de provas sobre a morte da jovem sob torturas.

No entanto, a justiça estabeleceu que se tratou de um caso de homicídio e não de suicídio e que durante o interrogatório se exerceu violência física sobre Sabalsagaray".

A decisão do TAP também expressa que os sujeitos promotores da hipótese judicial de suicídio são justamente os indagados, que agiram favorecidos pelo sistema repressivo imperante .

Sabalsagaray foi vítima de cruentos métodos durante um interrogatório, que incluíram a compressão do pescoço , possivelmente em várias oportunidades, o que lhe causou a morte.

O TAP considera "materialmente impossível" que a jovem cometesse suicídio e confirma a imputação contra Dalmao, o qual era encarregado do serviço S-2 da unidade militar.

Estimativas divulgadas anteriormente situam em cerca de 15 mil o número de pessoas presas por motivos políticos durante a ditadura militar imperante no Uruguai de 1973 a 1985, das quais ainda se contam cerca de 300 desaparecidas.

Diversas técnicas de tortura foram postas em prática como algo habitual nas prisões, bem como formas de pressões psicológicas tendentes a entronizar o medo e a inação, revelaram depoimentos pesquisados sobre aquela época.

Prensa Latina