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Sarkozy anuncia 'conferência de amigos da Líbia' para setembro

O presidente francês Nicolás Sarkozy anunciou nesta quarta-feira (24), após uma reunião com um dos contrarrevolucionários leais ao imperialismo e considerado o número dois do Conselho Nacional de Transição, Mahmud Jibril, uma "conferência de amigos da Líbia", que deve preparar a era pós-Kadafi, realizada em 1º de setembro, em Paris.

De acordo com Sarkozy, a tal reunião terá a participação dos países que formam o grupo BRICS, Brasil, China, Rússia, África do Sul e Índia.

"Decidimos de pleno acordo com o primeiro-ministro inglês David Cameron convocar uma grande conferência internacional para ajudar a Líbia livre de amanhã", trombeteou Sarkozy.

"Nossa intenção é convidar nossos amigos chineses, russos, brasileiros e indianos", afirmou Sarkozy durante a entrevista, referindo-se às nações pertencentes ao grupo composto pelas cinco maiores economias emergentes, que conta também com a África do Sul.

Total, a grande vencedora

Se existe uma empresa feliz com o resultado da guerra na Líbia, é a gigante do petróleo francesa, a Total, que está preparada e ansiosa para colocar as mãos no ouro negro do país norte-africano.

Quem estava na Líbia, mais precisamente em Bangazi, no início de março a incentivar a rebelião militar contra o governo de Kadafi? Um representante da empresa de hidrocarbonetos francesa Total. Agora, a empresa esfrega as mãos de contentamente.

A decisão do Palácio do Eliseu em reconhecer o Conselho Nacional de Transição como legítimo representante do país, assim como a decisão de promover a agressão militar para defender o mesmo CNT foi decisiva para que os supostos "rebeldes" colocassem a empresa francesa nas boas graças do futuro regime.

Porque se os contrarrevolucionários estão diante de um quadro de ruína física e política do Estado, por outro lado têm nas mãos a empresa petrolífera líbia Agoco. O CNT já anunciou que os países que não apoiaram a contrarrevolução teriam problemas em relação ao mercado de petróleo líbio.

As ameças são dirigidas claramente contra a Rússia, que recuou para não perder seus interesses econômicos no país, a China, que fez protestos inúteis tentanto salvar seus 50 projetos e 36 mil postos de trabalho e o Brasil, que tenta realizar negócios no país por meio da Petrobras.

A Agoco, em mãos dos contrarrevolucionários, já prometeu uma parte substancial do bolo petrolífero para a Total. A empresa francesa estava operando apenas uma parte marginal de produção da Líbia: 3% de 1,6 milhões de barris por dia extraídos.

Com agências