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Kadafi manda mensagem de resistência; Venezuela descarta asilo

Em mensagem de resistência e luta, o líder líbio Muamar Kadafi disse que sua saída do complexo Bab al-Aziziya foi uma "mudança tática" depois que o local foi alvejado por 64 ataques aéreos da Otan. Kadafi falou em entrevista a uma rádio de Trípoli, que foi noticiada pela TV Al-Orouba, em transmissão conjunta com a Al-Rai TV. Ele prometeu morrer como mártir ou vencer na batalha contra a Organização do Tratado do Atlântico Norte (Otan).

Seu porta-voz, Moussa Ibrahim, disse em comentários transmitidos nesta quarta-feira (no horário local) que o líder líbio está pronto para resistir aos ataques da oposição armada por meses ou até anos, e prometeu transformar a Líbia em "vulcões, lava e fogo".

Falando por telefone aos canais por satélite Al-Orouba e Al-Rai, Moussa Ibrahim também afirmou que as forças de Kadafi capturaram quatro personalidades do Catar e uma dos Emirados Árabes Unidos, e que os líderes rebeldes não terão paz se transferirem da cidade de Benghazi, no leste, para a capital Trípoli, a sede do chamado governo de transição.

Em outra mensagem ao povo, por meio de áudio divulgado por um canal de TV, o líder líbio afirmou que passeou de maneira incógnita por Trípoli e convocou os habitantes a "limpar" a capital dos combatentes mercenários. "Caminhei incógnito, sem que as pessoas me vissem, e observei jovens dispostos a defender a cidade".

Kadafi convocou "os habitantes de Trípoli, as tribos, os jovens, os idosos a sair às ruas e limpar Trípoli dos ratos", em uma referência à oposição armada apoiada pela organização militar agressiva Otan e pelos imperialistas estadunidenses e europeus.

O Conselho Nacional de Transição da Líbia informou que pretende mudar sua sede de Benghazi para Trípoli dentro de dois dias. A oposição patrocinada e armada pelas potências imperialistas tomaram nesta terça-feira (23) o complexo de Kadafi na capital líbia, mas o paradeiro do veterano líder continua desconhecido.

Separadamente, os rebeldes líbios afirmaram que a luta pela capital Trípoli deixou mais de 400 mortos e ao menos 2 mil feridos, segundo a Al-Arabiya TV.

Venezuela descarta asilo

O chanceler venezuelano, Nicolás Maduro, afirmou nesta terça-feira (23) que o líder Muamar Kadafi já manifestou diversas vezes seu desejo de permanecer na Líbia, em resposta sobre a possibilidade de a Venezuela conceder-lhe asilo político em uma eventual fuga de seu país. "O coronel Kadafi disse em muitas oportunidades que está em sua terra, que lutará em sua terra e que ficará em sua terra", declarou Maduro à imprensa durante encontro com o chanceler russo, Sergey Lavrov, que chegou a Caracas para firmar uma série de acordos.

Na reunião, transmitida pela televisão estatal, Maduro reiterou que o governo do líder revolucionário bolivariano Hugo Chávez admira "a capacidade de luta do líder Kadafi" e rejeitou a "agressão" contra o povo líbio. "Nós temos denunciado esta nova forma de colonialismo contra o povo líbio, onde um grupo de potências militares conspira e, violando a resolução da ONU, apoia um exército insurgente e o arma para derrubar um governo", acusou o chanceler venezuelano.

Maduro ressaltou que a situação na Líbia "é muito delicada" e que ainda há muita incerteza sobre o que acontecerá no país árabe. "Rejeitamos este formato que se pretende impor no mundo, contra povos como o líbio, que possui imensos recursos naturais tanto petrolíferos como aquíferos", destacou o ministro das Relações Exteriores venezuelano.

Mais cedo, o presidente Chávez havia manifestado que reconhece o governo de Kadafi como "o único" legítimo na Líbia, após admitir o aparente triunfo da "estratégia imperialista" de promover nesse país o que denominou uma "guerra de cachorros".

Chávez comentou que há "alguns loucos" que o comparam com Kadafi e a Venezuela com a Líbia para ameaçar o presidente venezuelano de ter um destino semelhante ao do coronel líbio.

Com agências
Atualizada às 6h38 para acréscimo de informações