CPI do Tráfico de Pessoas realiza oitivas e audiência em Belém

A CPI do Tráfico Nacional e Internacional de Pessoas do Senado realizou nesta segunda (22), em Belém (PA), seis oitivas e uma audiência pública no auditório do Tribunal Regional do Trabalho (8ª Região). Em sigilo, foram tomados os depoimentos sobre os casos de tráfico para exploração sexual de jovens e travestis, sendo dois deles internacionais.

CPi tráfico de pessoas Belém

O Pará é uma das principais rotas do tráfico no país. Fazem parte dela com mais frequência os municípios de Curralinho, Portel, Breves e Afuá, sobretudo para o Suriname.

Em audiência com o governador Simão Jatene (PSDB), a presidente da CPI, senadora Vanessa Grazziotin (PCdoB-AM), e relatora Marinor Brito (PSOL-PA), tiveram o apoio dele para a formação de um grupo de trabalho visando à elaboração de um plano estadual de combate a esse tipo de crime.

“O objetivo é integrar nossas forças com o governo estadual. Temos a obrigação de enfrentar o problema que envolve questões sérias de agressões aos direitos humanos”, disse a presidente da CPI.

A relatora Marinor Brito avaliou como positiva a reunião com Jatene. Isso porque o Estado não possui um plano estadual e nem um mapeamento do número de casos.

Além do apoio, o governador comprometeu-se em interceder a favor de uma paraense que foi condenada na Turquia por tráfico de drogas sem ao menos saber o motivo. O julgamento foi feito sem tradução para o português.

Outro caso investigado foi repassado aos senadores pelo relator da CPI estadual, deputado Bordalo (PT), que solicitou à CPI do Senado que acione a Interpol. Trata-se paraense Ivana Tabosa que foi levada para a região turística do Algarve em Portugal aos 17 anos e depois de dois anos manda sinais aos familiares que pretende voltar, mas está sendo forçada a permanecer no país.

A CPI local também investiga o caso de 12 garotos entre 14 e 16 anos que foram encontrados numa batida policial numa pensão em Praia Grande (SP) vivendo em condições precárias. Seis deles eram do Pará e foram levados pelo agenciador Ronildo Borges, o Batata, com a promessa de tentar uma chance para ingressar num time grande de futebol de São Paulo. A maioria deles era da região de Marabá (PA). Ronildo e Daiane Silva, que seria a agenciadora naquele Estado, estão sendo investigados.

A CPI do Senado já realizou oitivas e audiências em Manaus, Salvador e Belém. No próximo final de semana o colegiado estará no Rio de Janeiro. Além de apurar os casos, os senadores querem tipificar esse tipo de crime no Código Penal Brasileiro.

Assessoria de comunicação