CPI do Tráfico de Pessoas ouve vítimas em Salvador

A Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) do Tráfico Nacional e Internacional de Pessoas do Senado Federal abriu os trabalhos, na manhã desta segunda-feira (8/8), no Centro de Cultura da Câmara Municipal de Salvador, com a tomada de uma série de depoimentos reservados. Na maioria vítimas do crime e representantes de entidades da sociedade civil ligadas à causa. Só durante a tarde, a partir das 14h, será dado o início a audiência pública.

No pronunciamento de abertura a presidente da CPI, senadora Vanessa Grazziotin (PCdoB-AM), destacou que as pessoas se deparam com o crime do tráfico de pessoas quando algo escandaloso acontece como a exploração sexual, o trabalho escravo ou o tráfico de órgãos. “Mas antes desses crimes, ocorre o tráfico de seres humanos, que tem que ser combatido porque é a porta para vários outros. Para combatê-lo precisamos de uma mobilização nacional que envolva todas as esferas de governo e parlamentos”, defendeu.

A relatora da CPI, senadora Marinor Brito (PSOL-PA), disse ver um sonho seu sendo realizado, se referindo à dimensão que a CPI está ganhando. “Essa é a segunda atividade fora de Brasília e lá já realizamos várias audiências. Já temos um pequeno diagnóstico. Percebemos que tem muita gente interessada em fazer parte dessa verdadeira rede de combate ao tráfico humano”, declarou. Para a relatora toda colaboração ao trabalho da CPI será recebida como instrumento de proposição na perspectiva de encontrar solução para o problema.

A senadora Lídice da Mata (PSB-BA), membro titular da CPI, lembrou que Salvador é uma das capitais do nordeste que mais recebe turistas e que já foram detectadas, na cidade, situações de aliciamento de mulheres e casos confirmados de trabalho escravo no interior da Bahia. “Por isso a importância de recebermos a CPI. É importante receber bem o turista, mas é fundamental também resguardar a integridade física da nossa população, principalmente das pessoas mais vulneráveis a esse crime”, disse. Ela elogiou a iniciativa do governador da Bahia, Jaques Wagner, de suspender a publicação no Diário Oficial do Plano de Enfrentamento da Bahia ao Tráfico de Pessoas para apresentá-lo primeiro à CPI.

A vereadora e ouvidora da Câmara Municipal de Salvador, Olívia Santana, também destacou a Bahia como um Estado mais vulnerável a prática desse crime. E ressaltou a importância do trabalho conjunto para pensar soluções à questão que na sua avaliação vitima principalmente mulheres.

Assessoria de Comunicação