Lucia Antony cobra política de produção de alimentos em Manaus

A vereadora Lucia Antony (PCdoB) defendeu que haja uma interlocução maior entre a Prefeitura de Manaus com a Secretaria de Estado da Produção Rural (Sepror) para fortalecer a produção e a comercialização de alimentos na cidade de Manaus.

Ela destacou que a produção atual de alimentos é insuficiente para abastecer toda a população da cidade, não só na quantidade, mas na variedade de produtos, ressaltando que um diálogo mais efetivo poderia evitar uma crise de desabastecimento, inclusive, no período da Copa do Mundo de Futebol de 2014.“O Poder Público precisa assumir sua responsabilidade para garantir a produção de alimentos e o abastecimento em Manaus. Se continuarmos assim, corremos o séro risco de ter um desabastecimento na cidade deixando Manaus em situação extremamente complicada, pois não terá produtos para abastecer a população que ficará prejudicada devido a falta de uma política eficaz de produção e abastecimento”, afirmou a vereadora.

As declarações de Lucia Antony foram dadas, nesta sexta-feira (05/08), na Câmara Municipal de Manaus (CMM), durante a audiência pública, solicitada pela parlamentar comunista, para debater a produção e a comercialização de alimentos na cidade de Manaus.

Convidado para palestrar no evento, o secretário da Sepror, Eron Bezerra, afirmou que as restrições à comercialização para que o produtor possa fazer a venda direta de seu produto ao consumidor é o grande gargalo do setor, atualmente, em Manaus. Para superar essas barreiras, a Sepror tem implantado medidas para assegurar o aumento da produção, do escoamento e a criação de espaços para a comercialização dos produtos alimentícios de forma direta à população.

“Quando chegamos na Sepror, não tinha uma feira do produtor sequer em Manaus, pois o que tinha era feira do atravessador. Quem for nas feiras, não vai encontrar nenhum trabalhador rural, mas sim comerciantes que comercializam os produtos. A nossa política é que o produtor possa vender diretamente ao consumidor. Contudo, aparentemente, o que a Prefeitura de Manaus quer fazer é restringir ainda mais a comercialização, o que parece ser uma medida imprudente”, enfatizou.

O representante da Secretaria Municipal de Produção e Abastecimento (Sempab), Antônio Carlos Dias, afirmou que a política da secretaria é voltada para o setor primário. Porém em seu discurso, ele deixou claro que o Executivo Municipal não possui uma política para o produtor. “Só agora a Prefeitura de Manaus começou a trabalhar na produção de alimentos”, disse.

Além da Sepror e da Sempab, foram convidados para a audiência pública órgãos governamentais das esferas federal, estadual e municipal que cuidam da política de alimentos, agências e bancos de fomento, associações de feirantes, de produtores rurais, de moradores, sindicatos de trabalhadores, movimentos de mulheres e lideranças comunitárias.

Revolta contra o PL 121/11
O presidente do Sindicato do Comércio Varejista dos Feirantes de Manaus (SindiFeiras), Davi Lima da Silva, voltou a criticar o projeto de lei 121/11, que privatiza as feiras e os mercados de Manaus, afirmando que a categoria pretende fazer uma grande manifestação, caso a Prefeitura de Manaus não atenda as demandas dos feirantes. “Esse projeto vai botar um fim na categoria dos feirantes em Manaus, pois os feirantes não vão ter para quem vender seus produtos. Estamos esperando para conversar, mas se não nos chamarem, vamos fechar as feiras para dar uma resposta ao prefeito e mostrar a ele quem abastece a cidade. Não é acabando com a categoria de feirantes que vamos resolver o problema. O melhor mercado do Brasil, em São Paulo, não é privatizado”, destacou.

O PL 121/11 tem causado revolta também nos agricultores de Manaus. Em um discurso bastante contudente, a diretora do Sindicato dos Trabalhadores Rurais do Careiro, de Iranduba e Manaus, Lúcia Nicácio, chegou a pedir que os feirantes, mototaxistas, camelôs e agricultores se unissem para ir à Prefeitura de Manaus "arrancar" Amazonino Mendes da cadeira de prefeito caso ele insista na política de privatizar as feiras e os mercados de Manaus. “Novamente, Amazonino Mendes repete o quadro de privatização que ele implantou quando era governador. Não podemos aceitar essa situação porque vai prejudicar os trabalhadores e a população”, declarou.

De Manaus,
Anwar Assi