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Com dois reforços femininos, Humala completa gabinete ministerial

Com dois reforços femininos, o presidente eleito do Peru, Ollanta Humala, completou um diversificado e polêmico gabinete ministerial. Humala nomeia Susana Baca para o ministério da Cultura e Patricia Salas para a Educação.

A conhecida e veterana cantora Susana Baca, vencedora de um Grammy, foi nomeada titular de Cultura e se declarou a primeira ministra negra da história do Peru, apesar da importante e antiga preferência afro no país.

A ex-presidente do Conselho Nacional de Educação, de origem esquerdista e ligada a organizações não governamentais, Patricia Salas, foi nomeada ministra da Educação.

As nomeações completaram o gabinete ministerial de Humala, encabeçado pelo empresário Salomón Lerner e que é qualificado pela Conferência Geral de Trabalhadores (CGTP) como “diversificado e heterogêneo”.

O leque de posições chega até a dirigente socialista Aída García Naranjo, do ministério das Mulheres, passando por tecnocratas considerados neoliberais, empresários, intelectuais, acadêmico centristas, progressistas e militares retirados.

A imprensa ressaltou o fato que o chamado governo de concentração não inclui nenhum dirigente importante do partido de Humala, o Ganha Peru.

A nomeação de Humala inclui militares retirados ministério da Defesa, como Daniel Mora, e do Interior, Oscar Vladés Dancuart, empresário ligado ao presidente eleito.

Há dois titulares com antiga militância de esquerda, além de Salas: o chanceler Rafael Roncagliolo e o titular Ricardo Giesecke. Veículos da imprensa qualificaram os próximos ministros da Economia, Luiz Castilla, e da Fazenda, René Cornejo, como tecnocratas neoliberais e privatizadores.

Além de Mora, o partido Peru Possível elegeu Rudecinco Vega, como titular do Trabalho, enquanto a pasta de Agricultura e Comércio Exterior será ocupada por dois dirigentes gremiais, críticos do chamado livre comércio.

Outro empresário, Carlos Paredes, será ministro dos Transportes e Comunicações e o jurista Francisco Eguiguren, ligado ao não-governamental Instituto de Defesa Legal, de Justiça.

A CGTP criticou o fato de a designação de Vega como ministro do Trabalho não ter passado pela consulta do movimento sindical, mas ratificou seu apoio ao novo governo. O movimento está a espera de fatos que confirmem o cumprimento das promessas de mudanças e de melhoras salariais e sociais.

A Convenção do Agro manifestou expectativas pela nomeação de Caillaux, defensor do agronegócio frente aos tratados de livre comércio, e ressaltou que também espera mudanças favoráveis aos produtos agrários.

No Peru Possível, o secretário-geral, Javier Reátegui, renunciou em conseqüência de diferenças na condução de negociações com o líder da agrupação, Alejandro Toledo. A crise se deve, segundo versões da imprensa, a recusa da designação de Vega, para tranqüilizar o dirigente Carlos Bruce, oposto a aliança com Humala, estreitamente ligado ao recém-nomeado titular do ministério do Trabalho.

Fonte: Prensa Latina