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Egípcios entram no quarto dia seguido de protestos

Mais de dois mil egípcios enfrentaram o calor intenso nesta segunda-feira (11) para realizar o quarto dia seguido de protestos, visando pressionar os militares que governam o país a implantar reformas com mais agilidade e acelerar as ações judiciais contra o ex-presidente Hosni Mubarak e seus aliados.

Manifestantes bloquearam o tráfego na praça Tahrir, no Cairo, principal via de passagem e coração dos protestos que derrubaram Mubarak em fevereiro. Barracas foram montadas na praça onde alguns manifestantes estavam acampados.

Em Alexandria, segunda maior cidade egípcia, cerca de 100 manifestantes também estavam acampados em uma das principais praças do centro.

A indignação tem como motivo o que manifestantes dizem ser um fracasso do conselho militar em cumprir suas promessas. Uma das principais exigências é um rápido julgamento para aqueles que mataram manifestantes durante os protestos.

O julgamento de Mubarak está programado para 3 de agosto, mas manifestantes dizem que o Exército está relutante em incriminar o ex-presidente.

O ex-ministro do Interior Habib al-Adli foi condenado a 12 anos de prisão por corrupção, mas seu julgamento pela morte de manifestantes ainda está em andamento. Os manifestantes afirmam que o Ministério do Interior ainda precisa ser expurgado de autoridades que apoiaram a violenta repressão policial.

A polícia usou balas reais, balas de borracha e gás lacrimogêneo durante a revolta de 18 dias contra Mubarak, em que mais de 840 pessoas foram mortas.

"Eu seguirei protestando até que as exigências da revolução sejam cumpridas. Não é justo que aqueles que mataram os manifestantes ainda estejam sentados em seus escritórios… e ainda não foram julgados ou condenados," disse o estudante John Noshi, de 23 anos, que participava dos protestos na praça Tahrir nesta segunda-feira.

Fonte: Reuters