Médicos de SP decidem parar de atender dez planos de saúde

Assembleia dos Médicos de São Paulo decide paralisar o atendimento a dez planos de saúde no Estado de São Paulo. Cerca de 500 profissionais, dos 58 mil que atendem usuários de convênios, participaram da reunião realizada na noite de quinta-feira (30/06). Juntos, esses convênios reúnem quase três milhões de usuários em SP – no total, existem no Estado 18,4 milhões de beneficiários e 327 operadoras de planos de saúde.

Os convênios são: Porto Seguro, Gama Saúde, GreenLine, Intermédica, ABET (Telefônica), da Caixa Econômica Federal, Cassi (Banco do Brasil), da CET (Companhia de Engenharia de Tráfego), da Embratel e Notredame. Essas empresas não responderam às solicitações de negociação ou não informaram qual é o valor do reajuste que pretendem oferecer. Os médicos querem passar a receber dos planos R$ 80 por consulta. Hoje, recebem em média R$ 30.

Além de reajuste nos honorários, os médicos reivindicam:
– inserção, no contrato com as operadoras, de uma cláusula que preveja reajuste anual nos honorários com base no índice de aumento das mensalidades dos usuários autorizado pela ANS (Agência Nacional de Saúde Suplementar),
– procedimentos atualizados proporcionalmente de acordo com o sistema de hierarquização da Classificação Brasileira Hierarquizada de Procedimentos Médicos (CBHPM),
– fim das pressões das empresas para que reduzam solicitações de exames, de internações e de outros procedimentos, interferências abusivas que colocam em risco a saúde dos cidadãos.

A paralisação, por tempo indeterminado, afetará apenas uma especialidade médica por vez. Por exemplo: em uma semana, clínicos-gerais deixarão de atender por três dias esses convênios. Na seguinte, é a vez dos oftalmologistas, e assim por diante. São, ao todo, 53 especialidades médicas, o que pode fazer com que a paralisação dure um ano inteiro. O cronograma de paralisação será definido nos próximos dias.

No dia 7 de abril, os médicos realizaram uma paralisação nacional que afetou todos os planos de saúde, com atendimento apenas a urgências e emergências. Desde então, as entidades que representam a categoria dizem tentar negociar com 15 operadoras, que foram escolhidas aleatoriamente em uma primeira rodada de negociações.

Da Assessoria de Imprensa do Sindicato dos Médicos de Campinas,
com informações da Folha de São Paulo