Publicado 27/06/2011 09:32 | Editado 04/03/2020 17:07
Em uma de suas músicas muito conhecidas, Coração Civil, Milton Nascimento diz "os meninos e o povo no poder, eu quero ver". Esse é o espírito que embala as manifestações realizadas na nossa cidade ao longo das últimas semanas. Produto da insatisfação com a condução da nossa cidade e do RN, revela que gestor algum pode prescindir do diálogo democrático e da participação popular para governar.
Através desse Seminário, vamos buscar envolver diversos segmentos da sociedade, como os Blogueiros Progressistas, entidades sindicais, a FECEB, a União Nacional dos Estudantes, a UMES, a UBES, Grêmios Estudantis e DCEs. O objetivo é pautar Natal e o RN, queremos discutir instrumentos de renovação nas gestões, garantindo que os Conselhos voltem a funcionar periodicamente e com ampliação da representação da sociedade, queremos a realização de conferências, fóruns, orçamento participativo para que o orçamento público não fique na mão de deputados e vereadores que o utilizam em seu benefício eleitoral, muitas vezes desvinculado do projeto de desenvolvimento do município e do estado. Que a Lei de Orçamento Anual possa contar com debates públicos e participação da sociedade civil. Consideramos que essas questões podem alterar as relações de poder e aumentar a pressão e fiscalização da população.
UJS – Qual tem sido a característica principal das relações de poder no RN?
A última vez que nosso município foi dirigido por forças políticas democráticas, comprometidas com a renovação e com a mudança na correlação de forças no poder em prol da maioria, Djalma Maranhão era o prefeito. Desde o golpe militar que lhe tirou o poder e que removeu a esperança de milhares e milhares de natalenses de um futuro digno, famílias vêm se revezando no poder e edificando um Estado à sua imagem e semelhança – prevalecendo o rodízio de grupos que favorecem a si e a seus pares na gestão de governo.
Por terem construído um Estado à sua imagem e semelhança, somos um Estado de muito pouca qualidade democrática. Em 2009, durante o Congresso Estadual da UJS, apresentamos uma resolução que trata, por exemplo, da Assembléia Legislativa. O presidente, à epoca, Robinson Faria, controlava robusta parte do orçamento do Rio Grande do Norte. Um Estado em que a população tem nula ou quase nula interferência sobre o destino dos recursos públicos acaba sendo dirigido por interesses de grupos.
Questionamos também o uso da imprensa, que deveria ser voltada para o interesse público, mas na verdade beneficia esses projetos. Não há exceção no Rio Grande do Norte. Há também as funções públicas de indicação política que poderiam ser preenchidas por concursos públicos, mas que acabam sendo utilizados por políticos e em defesa desses por gente que sequer dá expediente.
UJS – E o que a UJS pretende através desse Seminário?
Primeiro reafirmar e atualizar as resoluções do nosso Congresso Estadual, apresentando um documento que vai balizar as nossas ações no próximo período. A mobilização é a energia da União da Juventude Socialista e o segundo semestre será, para nós, um semestre de muita mobilização, de muita luta e de muitas vitórias. Segundo, discutir o nosso papel na mudança das relações de poder no RN e em Natal. Queremos ser parte de uma ampla frente capaz de discutir e buscar apoio para um novo modelo de gestão, em que a sociedade não seja mera espectadora, mas ativa nas discussão e construção das políticas públicas desenvolvidas no RN e em Natal.
Através disso, buscar apoiadores e daí identificar quem são aqueles que estão do lado de lá e fazem coro com os grupos familiares que defendem tudo como aí está e quem são aqueles que estão do lado dos importantes avanços democráticos que cada vez se mostram necessários no Rio Grande do Norte.
Pedro Henrique é membro da Direção Estadual da UJS e é Vice-Presidente da UMES. Acompanhe pelo nosso site www.ujspotiguar.com.br mais informações sobre como participar do Seminário "Os Meninos e o Povo no Poder". Siga a @UJSPotiguar e @PedroUMES no twitter.
Fonte: UJS Potiguar