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Cristina Kirchner anuncia ministro da economia como vice

Nenhum dos jornais argentinos acertou quem seria o candidato a vice-presidente na chapa de Cristina Kirchner. Será Amado Boudou, o atual ministro da Economia. Cristina o anunciou este sábado (25), em um ato realizado na residência presidencial em Olivos, na província de Buenos Aires, faltando quatro horas para encerrar o prazo da Justiça Eleitoral.

A chefe de Estado afirmou que escolheu a pessoa que lhe demonstrou lealdade durante seu mandato. “É o homem que vai me acompanhar para a consolidação do projeto nacional", disse em referência a Boudou.

“A figura do vice-presidente adquiriu um volume e uma demanda de atributos como lealdade, o que tem a ver com a identificação com o projeto político”, completou ela, em clara referência ao rompimento com o atual vice-presidente, Julio Cobos. No dircurso, Critsina ressaltou as qualidades do ministro durante a crise mundial de 2008, quando lhe propôs a reestruturação da dívida externa do país.

“Uma pessoa que sempre teve esta lealdade com a presidente [da Argentina]”, definiu ela, referindo-se ainda à capacidade de Boudou de enfrentar "as corporações".

"Além das qualidades pessoais de Amado, considerei seu nome porque o importante não é ter tido sempre a mesma orientação, mas saber mudar quando o mundo muda", assinalou Cristina, ao revelar o nome do candidato a vice na coligação Frente para a Vitória, pelo Partido Justicialista (PJ, peronista).

"Além disso, preciso ter ao meu lado alguém que não tenha medo das corporações, de preconceitos, porque, na verdade, o mundo mudou e vai continuar mudando", acrescentou.

Foi Boudou quem deu a ideia a Cristina de estatizar a AFJP (Administradoras de Fondos de Jubilaciones y Pensiones) durante a crise econômica mundial em 2008. Na época, levaram para os cofres do governo 30 bilhões de dólares. Segundo a presidente, a medida foi essencial para o ritmo de crescimento nos atuais 8%.

"Nestes oito anos de gestão e o no período dele do ex-presidente Nestor Kirchner tomamos decisões importantes, como o pagamento da dívida e do Fundo Monetário Internacional (FMI). Depois disso, na minha gestão foi importante recuperar os recursos dos trabalhadores", disse Cristina, no sábado.

As definições das candidaturas do Frente para a Vitória (FPV) foram motivo de muita especulação no mundo político do país. Segundo a imprensa local, nem os próprios ministros do governo sabiam, a poucos minutos do anúncio, quem seriam os eleitos para acompanhar a mandatária na corrida pela reeleição.

Segundo os jornais, o próprio Boudou foi pego de surpresa na indicação. Chegou à festa sem gravata, e foi ficando vermelho ao ouvir a presidente elogiar as medidas econômicas adotadas pelo país nos últimos anos. Só com o discurso em curso teria caído a ficha

Entre os nomes cotados para vice estavam Boudou, o secretário de Comunicação, Juan Manuel Abal Medina e o secretário Legal e Técnico do governo, Carlos Zannini. “Esta será uma decisão exclusiva da presidente”, afirmou, antes do anúncio, o presidente bloco de Deputados da FPV e candidato a governador da província argentina de Santa Fé, Agustín Rossi. “E certamente foi muito considerada e ponderada [por ela]”, disse.

No total, oito chapas se postularam à Presidência. Os candidatos mais representativos são: o filho do ex-presidente Raul Alfonsín, Ricardo; a deputada nacional Elisa Carrió; o ex-presidente Eduardo Duhalde; o governador Alberto Rodríguez Saá; e Cristina Fernandez Kirchner. Segundos as pesquisas, se fosse hoje a eleição, CFK seria reeleita no primeiro turno.

Com agências