Paralisação de obras: Acordo garante reajuste salarial
Sindicato fecha acordo com patronato e garante conquista de trabalhadores da construção pesada. Assembleia deve confirmar fim das paralisações.
Publicado 15/06/2011 09:58 | Editado 04/03/2020 16:31
Depois de uma série de paralisações, os operários da construção civil devem retomar hoje seus trabalhos. Na noite desta terça-feira (14/06), os sindicatos laboral e patronal fecharam um acordo que dará 13% de reajuste salarial, dentre outros itens reivindicados, para todos os trabalhadores do setor.
Segundo o presidente do Sindicato dos Trabalhadores da Construção Pesada (Sintepav-CE), Raimundo Gomes, a conquista será anunciada na manhã de hoje (15/06), em assembleia, nos canteiros de obras do Metrofor e de ampliação do Porto do Pecém, duas obras de grande porte no Estado ainda paralisadas. "A expectativa é que a proposta seja aceita e que os operários retomem ao trabalho imediatamente. Não teremos mais nada parado", aposta Gomes.
Ainda na terça-feira, os operários da reforma do Castelão aceitaram a proposta feita pelas construtoras Galvão Engenharia e Andrade Mendonça e voltaram ao canteiro de obras, que esteve parado na última segunda-feira. Essa decisão viabiliza o cumprimento dos prazos para a conclusão do estádio. O objetivo é que o palco futebolístico possa estar pronto para a Copa das Confederações, em 2013.
No terminal portuário do Pecém, cerca de 1.000 operários estavam em greve, segundo o presidente do Sintepav-CE. Os profissionais, que atuam na construção do Terminal de Múltiplo Uso (Tmut), que irá operar a carga geral do porto, já haviam recebido a proposta do reajuste de 13% e hora extra, mas não haviam conseguido a cesta básica de R$120,00, nem tiveram contemplados os 30% de adicional sobre o salário-base por periculosidade.
A reclamada cesta de alimentos foi garantida no acordo de ontem, bem como o pagamento integral de horas extras, que se estende para os operários da termelétrica UTE do Pecém, cerca de seis mil pessoas.
Já o adicional por periculosidade será reavaliado. As empresas querem um prazo de 90 dias para realizar perícia própria no local e decidirem posteriormente sobre esse benefício. O Sintepav-CE exige 30 dias e continuará em negociação com a classe patronal.
O Tmut é a principal obra pública do governo Cid Gomes, somando R$ 420 milhões em investimentos. Está sendo executada pelo consórcio formado pelas empresas Marquise e Ivaí Engenharia.
Em relação às obras do Metrofor, o trecho que até ontem continuava parado era o da estação José de Alencar, no Centro. Segundo o presidente do sindicato laboral, cerca de 900 pessoas estavam fora dos canteiros. Se o acordo não for aceito, a ameaça é de que todos os trechos parem, somando um contingente de 1.600 grevistas, contando com terceirizados.
Antes da assembleia de ontem, os funcionários de frente do Metrofor não tinham recebido nenhuma proposta. O reajuste de 13%, assim como os 100% nas horas extras e a cesta básica fixada em R$120,00 valem também para o grupo que opera as obras do metrô da Capital.
Fonte: Diário do Nordeste