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Turquia: Erdogan se reelege mas terá que negociar com oposição

O partido do primeiro-ministro Recep Tayyip Erdogan foi o grande vencedor das eleições nacionais deste domingo (12) na Turquia, com 50% dos votos, levando-o ao terceiro mandato consecutivo no poder. Erdogan, contudo, terá que negociar com a oposição e levar em conta o voto curdo.

Segundo uma contagem oficiosa, o Partido da Justiça e do Desenvolvimento (AKP), no poder desde 2002, obteve desta vez a sua melhor votação. Mas ainda assim não conseguiu alcançar as 330 cadeiras no Parlamento que lhe permitiriam lançar seu projeto de reforma constitucional sem o apoio de outros partidos. A sigla, de orientação islamita moderada, controlará 326 cadeiras.

O principal partido da oposição, o Partido Republicano do Povo (CHP), de centro-esquerda, se situa na segunda posição nas eleições, com 25,9% dos votos e 135 cadeiras, seguido do Partido de Ação Nacionalista (MHP, nacionalista), com 13% e 53 cadeiras.

Quem surpreendeu nesse pleito foram os candidatos que apoiam a minoria curda do país, que praticamente dobraram suas cadeiras, indicando que as reivindicações dessa parte da população desejosa de autonomia terão uma voz mais forte nos próximos meses. O Partido da Paz e da Democracia (BDP), pró-curdo, passou de 20 para 36 cadeiras.

Em discurso, Erdogan admitiu que "o povo" transmitiu a mensagem de que a nova Constituição deve ser elaborada mediante o consenso e a negociação. "Não fecharemos nossas portas, iremos à oposição", disse.

Durante a campanha eleitoral, Erdogan se comprometeu a mudar a Carta Magna, herdada do golpe de Estado militar de 1980, mas não entrou em detalhes.

Com agências