Fortaleza: greve de professores continua após tentativa de acordo

Mais uma vez, professores e Prefeitura não chegam ao entendimento. Apesar de uma nova audiência de conciliação intermediada pelo Tribunal de Justiça (TJ), realizada na última segunda-feira (13), os professores da rede municipal de ensino aprovaram a manutenção da greve.

Cerca de 200 grevistas ocuparam o local, montando um verdadeiro acampamento, com faixas, cartazes e diversas palavras de ordem. A paralisação já dura 48 dias e semestre letivo deste ano ainda nem começou.

Durante a reunião, a Prefeitura propôs ao Sindicato Único dos Trabalhadores em Educação (Sindiute) a garantia do recebimento da remuneração referente aos dias sem trabalho, exigindo em troca o retorno imediato dos professores às salas de aulas.

O Sindiute recusou, alegando que o recebimento desses recursos não está na pauta de reivindicações. “Está muito difícil o diálogo. Não pisamos na sala de aula sem o nosso piso nacional", explicou a secretária-geral do Sindiute, Cristina Guilherme.

O Sindicato propôs que o Ministério Público Estadual (MPE) faça perícia emergencial sobre o uso das verbas do Fundo de Manutenção e Desenvolvimento da Educação Básica (Fundeb), para atestar se Fortaleza tem, ou não, margem financeira para atender ao pleito da categoria.

Sem resolução favorável às partes, o desembargador Teodoro Silva Santos concedeu prazo de cinco dias para a gestão municipal se manifestar e outros três para a categoria oferecer uma réplica. Em seguida, no correr do processo, o Ministério Público deverá emitir um parecer. "A audiência de conciliação faz parte do processo.

Em razão de não ter se firmado um acordo, o mérito da ação será julgado, obedecendo às exigências legais, como celeridade e direito de ampla defesa", afirma o desembargador que também é relator do processo, impetrado pelo Município, que pede a decretação da ilegalidade da greve. "Ainda estamos analisando, estudando os fatos".

Uma nova assembleia dos professores acontece na manhã desta terça-feira (14/06), na Câmara Municipal.

De Fortaleza,
Carolina Campos (com informações dos jornais locais)