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Greve de 37 dias na Volks termina com vitória dos trabalhadores

Há muito tempo não se tinha greve metalúrgica tão longa. Após 37 dias de paralisação, os metalúrgicos da Volkswagen, em São José dos Pinhais (PR), conquistaram na tarde da última sexta (10) um "pacotão" que garante, nos próximos 12 meses, o recebimento de R$ 21.680,00 e mais 15% a 20% de aumento salarial.

O acordo inclui negociação da Participação nos Lucros ou Resultados (PLR) deste ano e do ano que vem, reajuste salarial de data-base, abono salarial, nova tabela salarial e antecipação do 13º salário de 2012.

A greve causou prejuízo de mais de R$ 1,1 bilhão à montadora. Os 3,1 mil metalúrgicos retornaram ao trabalho nesta segunda-feira (13).

A proposta aceita pelos trabalhadores, em assembleia, na porta de fábrica, foi negociada entre Sindicato dos Metalúrgicos da Grande Curitiba (filiado à Força) e Volks, após várias rodadas de conversação.

Há muito tempo, também, não se via um movimento que angariasse tantos gestos de solidariedade, nacional de internacional. Na verdade, a Volks apostou no confronto e foi derrotada.

A maior greve da história da Volks

A greve dos metalúrgicos começou no dia 5 de maio, após a empresa divulgar que só ofereceria de PLR, aos trabalhadores do Paraná, 80% daquilo que fosse pago em São Paulo. No domingo, a paralização completou 39 dias, sendo a mais longa da história da Volkswagen no mundo.

Desde o começo, a empresa se manteve inflexível em sua posição. O presidente da Volks no Brasil, Thomas Schamll, chegou a declarar em reportagem no jornal O Estado de S.Paulo que preferia a greve a ter que negociar, postura que foi duramente criticada pelo governo, deputados e lideranças sindicais nacionais. Durante a greve, a montadora apresentou apenas duas propostas de negociação: uma reprovada em 31 de maio e a outra, aprovada sexta-feira.

Efeitos

Com 39 dias de greve, a montadora deixou de produzir 22.990 veículos das marcas Fox, Crossfox e Golf. Segundo informações da própria Volks, o prejuízo foi superior a R$ 1,1 bilhão.

Com o prolongamento da greve, o impacto nas concessionárias do País foram imediatos: diversas tiveram seu faturamento afetado pela falta de reposição dos carros produzidos pela montadora. No grupo Corujão, o prejuízo chegou a 12%. Além disso, os consumidores que já pagaram vão ter que esperar para receber o automovel até que a produção se normalize.

Além disso, mais de 20 mil trabalhadores entre terceirizados, fornecedores e distribuidores foram indiretamente afetados pela mobilização, inclusive, com várias empresas dando férias coletivas a seus funcionários.

Com Agência Sindical