Violência na Síria faz mais de 4.300 civis fugirem para a Turquia
Mais de 4.300 civis sírios fugiram para o Norte do país e atravessaram a fronteira com a Turquia para escapar dos conflitos violentos entre manifestantes e forças do governo. As autoridades turcas disseram hoje neste sábado que os números podem ser ainda maiores, já que muitas pessoas não foram registradas na fronteira.
Publicado 11/06/2011 16:23
Halit Cevik, do Ministério das Relações Exteriores da Turquia, disse que, por enquanto, o país está conseguindo lidar com a situação, mas que as autoridades podem vir a precisar de ajuda internacional, caso o conflito na Síria se agrave. A Turquia não considera os sírios que fugiram como "refugiados", já que eles não pediram para ficar no país e estão apenas esperando a violência acabar para voltar para a Síria.
Manifestantes da oposição afirmam que pelo menos 32 pessoas foram mortas na sexta-feira (10) em novos confrontos entre opositores e forças do governo. A violência começou quando as forças do governo entraram na cidade vizinha de Jisr Al Shughour, onde o governo afirma que mais de 120 militares foram mortos por rebeldes nesta semana.
A onda de protestos começou no país há três meses. Sexta-feira foi um dia de manifestações contra o regime de Assad em diversas partes do país, após o período de orações. Desde março, protestos em massa contra o presidente sírio, Bashar Al Assad, se tornaram comuns após as orações de sexta-feira.
Em entrevista à TV, o premiê turco, Recep Tayyip Erdogan, condenou a repressão do governo sírio e disse que as ações militares são "desumanas". A Turquia tem sido o destino imediato de sírios que tentam fugir do conflito. Erdogan informou que discutiu o assunto recentemente com o presidente Bashar Al Assad, mas alegou que a receptividade do vizinho foi "inadequada".
Grupos de ajuda humanitária afirmam que mais de 1.300 mil pessoas — a maioria, civis desarmados — já morreram durante protestos contra o governo. O governo refuta e diz que 500 membros das forças de segurança foram mortos. O Comitê Internacional da Cruz Vermelha pediu acesso imediato à população afetada pela violência e também aos detidos e feridos. Por ora, a entidade montou um campo na Turquia capaz de abrigar 5 mil pessoas.
Da Redação, com informações da BBC Brasil