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‘Crise Palocci’ divide opiniões na base do governo

O líder do governo no Senado Federal, Romero Jucá (PMDB-RR), afirmou nesta segunda-feira (6) que a base governista na Casa "está confiante" no ministro da Casa Civil, Antonio Palocci. Ele afirmou ainda que o desgaste com a crise não é do governo, mas do ministro, que é cobrado a dar explicações sobre o aumento do seu patrimônio.

"Eu entendo que, na base do governo, a grande maioria está consciente, está confiante no ministro Palocci, sabe que o ministro deu as informações e está aguardando o Ministério Público se manifestar. Portanto, não vejo necessidade nem da saída nem da convocação do ministro Palocci", disse Jucá.

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A declaração foi dada após a senadora Ana Amélia Lemos (PP-RS) anunciar que assinaria o requerimento de abertura de uma Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) para investigar as denúncias contra Palocci. "Cada um é livre pra assinar o que quiser. Por enquanto não tem 27 assinaturas porque a base entende que as explicações são suficientes", disse Jucá, referindo-se ao número mínimo de senadores que precisam apoiar o requerimento.

Falta de explicações

A senadora Ana Amélia (PP-RS) anunciou nesta segunda-feira (6) que assinou o requerimento dos partidos da oposição no Congresso Nacional para a abertura de uma CPI (Comissão Parlamentar de Inquérito) para investigar o salto patrimonial do ministro-chefe da Casa Civil, Antonio Palocci.

Com a assinatura de Ana Amélia, faltam sete nomes no Senado para completar os 27 necessários para abrir uma CPI na instituição. A princípio, a oposição tentava uma comissão mista (composta por deputados e senadores). No entanto, pela dificuldade de conseguir apoio de dissidentes da base aliada, os parlamentares acordaram que caso a Câmara ou o Senado conseguisse primeiro, a CPI ficaria apenas em uma Casa. Na Câmara, eram necessárias 171 assinaturas, mas não passam de 100.

A parlamentar gaúcha argumenta que a falta de explicações convincentes por parte do ministro petista e a demora da PGR (Procuradoria Geral da República) de apresentar um parecer sobre caso a motivaram a incluir sua assinatura na lista.

“Quando a situação está neste nível, o poder não tem amigos. O poder tem que ser exercido de forma impessoal. Aliás, Lula deu o exemplo no caso dele [de Palocci]. O Itamar deu no caso Hargreaves”, disse. “Na hora que o poder correr o risco de contaminação, a atitude tem que ter a autoridade e a impessoalidade”, completou.

Ana Amélia negou que teme futuras retaliações por parte do governo federal e dos demais partidos que formam a base governista.

Reações no PT

O presidente do PT de Minas Gerais, deputado Reginaldo Lopes, defende o afastamento do ministro da Casa Civil, Antonio Palocci. Segundo o parlamentar, as explicações dadas pelo ministro, em entrevista ao Jornal Nacional, "não foram suficientes para baixar a temperatura" da crise.

“Na minha avaliação, a entrevista não correspondeu à expectativa do povo brasileiro, que esperava um detalhamento maior das atividades privadas do ministro. A partir daí, acredito que seria bom Palocci se afastar do cargo e depois, com todas as explicações dadas de maneira mais objetiva, ele estaria pronto para voltar, após uma avaliação” – explicou Reginaldo Lopes, para quem a permanência de Palocci "não é positiva nesse momento".

Lideranças do PT gaúcho também dizem esperar a mesma atitude de Palocci. Em nota,Raul Pont, deputado estadual e presidente do partido no Rio Grande do Sul, afirmou: "É uma denúncia pessoal que ele tem de responder. Se não tem respostas, então que se afaste do governo até que tudo seja investigado e esclarecido".

Com agências