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Romney oficializa pré-candidatura às eleições dos EUA de 2012

Mitt Romney – conhecido por ser mórmon, direitista, multimilionário e antigo governador do Massachussets – oficializou ontem a sua entrada na corrida à nomeação republicana para as eleições presidenciais dos Estados Unidos de 2012, posicionando-se como o candidato da oposição republicana com muitas críticas ao Presidente, Barack Obama.

Romney já tinha tentado ser o candidato republicano às últimas presidenciais, mas foi derrotado por John McCain. Desta vez, é apontado como um dos favoritos, embora seja criticado por muitos setores do próprio partido.

Na quinta-feira (2), enquanto Romney anunciava a sua candidatura em Stratham, New Hampshire, dois dos possíveis concorrentes fizeram-lhe alguma sombra: a ex-governadora do Alasca e ex-candidata à vice-presidência Sarah Palin, esteve também em New Hampshire, considerado um dos locais-chave para quem tenta a nomeação republicana, e o antigo prefeito de Nova Iorque, Rudy Giuliani, teve um almoço no Mount Washington Valley, atacando as políticas de Barack Obama.

Romney fez o seu discurso baseado num dos pontos fracos do atual presidente: a economia: o desemprego ainda está elevado e o mercado imobiliário ainda não se recuperou da crise dos empréstimos subprime. O atual presidente, argumentou Romney, “decepcionou a América”: gastou demasiado e não protegeu empregos, acusou.

“Desde o meu primeiro dia no cargo a minha primeira prioridade vai ser fazer com que a América seja novamente a primeira na criação de emprego”, prometeu o pré-candidato. "Na campanha que vem aí, os ideais americanos de liberdade econômica e oportunidade precisam de uma defesa clara e sem desculpas, e eu pretendo fazê-la – porque eu a vivi”, declarou.

Romney é visto com desconfiança por muitos republicanos por ter levado a cabo, enquanto era governador do Massachussets, uma reforma da saúde que muitos dizem ter semelhanças com a reforma da aúde de Barack Obama, a que os republicanos fazem as maiores críticas. Romney opôs-se, no entanto, ao plano de saúde do atual presidente.

Mesmo dentro do partido houve reações duras à apresentação da sua candidatura: “Não sei qual o upgrade da versão Romney 1.0”, comentou o congressista republicano Josh Byrnes do Iowa.

No mesmo site, do lado democrata, vieram críticas à inconsistência de Romney: “Que Romney irá concorrer? O que era a favor do direito de escolha da mulher antes de ser contra ele? O que era a favor dos cortes fiscais de Bush e depois se recusou a apoiá-los em 2003? Faça a sua escolha, porque há muitos Romneys a escolher”, escreveu a estrategista dos democratas Maria Cardona.

O diário norte-americano "New York Times" comenta que, segundo a tradição republicana, esta poderá ser mesmo a vez de Romney – porque muitas vezes os candidatos republicanos à nomeação “perdem, aprendem com os erros e voltam a concorrer”, diz o jornal. Foi assim por exemplo com John McCain.

De qualquer maneira, o público precisa se acostumar. Vai começar agora uma disputa que só se encerrará em novembro de 2012 entre pré-candidatos direitistas e falsos reformadores dos partidos Republicano e Democrata.

Com agências