Incra regulariza assentamento aonde vivia camponês assassinado

Demora no licenciamento ambiental impedia que a o assentamento fosse criado, segundo informações passadas pela superintendência do Incra

O Instituto Nacional de Colonização Agrária (Incra) publicou no Diário Oficial da União desta sexta-feira (3) a Portaria (nº 31/2011) de criação do Projeto de Assentamento Florestal (PAF) Curuquetê, localizado no município de Lábrea (AM), no Sul do estado. As informações estão no site de notícias do Incra.

Há mais de três anos que os moradores de Curuquetê lutavam pela criação do assentamento. No entanto, o maior obstáculo era o licenciamento ambiental liberado pelo Instituto de Proteção Ambiental do Amazonas (Ipaam), que estava tramitando desde outubro de 2010.

O licenciamento foi liberado apenas no último dia 26, um dia antes do assassinato de Adelino Ramos, uma das lideranças do assentamento.

Segundo o Incra, o PAF Curuquetê tem capacidade para abrigar até 100 famílias, sendo que 25 já foram inscritas. Quinze delas já desenvolviam pequenas atividades agrícolas nas proximidades.

Segundo o site, o Incra/AM está analisando o perfil das famílias interessadas.

Nessa etapa, estão sendo selecionadas as famílias com perfil de beneficiários da reforma agrária que, nesse caso também devem ter aptidão em atividades florestais e que estar empenhadas na filosofia do PAF.

Em seguida, o Incra fará a demarcação do assentamento, melhoria das estradas de acesso e elaborar o plano de manejo do PAF.

A área, com 41 mil hectares, está localizada na gleba Curuquetê, na divisa de Rondônia com o Amazonas, na altura da Vila de Vista Alegre do Abunã, na BR- 364.

Tragédia
A coordenadora no Amazonas da Comissão Pastoral da Terra (CPT), Auriédia Costa, lamentou que apenas “após uma tragédia” é que houve mobilização para agilizar a criação do PAF Curuquetê.

Auriédia destacou que a violência no campo é registrada em várias comunidades rurais no Amazonas que também precisa ser monitorada.

Ela informou que há, atualmente, uma nova estratégia de devastação da floresta amazônica, causada por grileiros, fazendeiros e desmatadores: utilização de pequenos agricultores para o ingresso nos assentamentos para retirar madeira,.

Em alguns casos, segundo Auriédia, a entrada nos assentamentos e glebas ocorrem sem pedido de autorização dos agricultores.

Fonte: portal acritica.com