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Declaração reforça plataforma progressista do Foro de São Paulo

Ao aprovar sua Declaração Final, a 17º Reunião do Foro de São Paulo terminou na sexta-feira (20) enfatizando a importância de seguir com a desconstrução do modelo neoliberal e a montagem de uma alternativa de esquerda. Segundo o documento, é preciso combater "as forças de reação do imperialismo mundial, que operam de forma cada vez mais agressiva".

A declaração final, aprovada pelos 640 delegados, traz a denúncia sobre o ataque da Ota à Líbia, a exigência para a libertação dos “Cinco Heróis” antiterroristas cubanos presos nos cárceres dos Estados Unidos e o apoio ao retorno do presidente Manuel Zelaya a Honduras. O texto também manifesta forte apoio dos partidos de esquerda latino-americanos às mudanças que estão sendo implementadas pelo governo da Frente Sandinista de Libertação Nacional (FSLN), liderado por Daniel Ortega, na Nicarágua.

Segundo a declaração final, pelos 640 delegados, para atingir as decisões de Manágua é necessário consolidar a unidade das forças progressistas, aprofundar a integração regional, multiplicar as ações bem-sucedidas em diversos países e projetar novas vitórias eleitorais. O documento destacou a importância de seguir impulsionando os processos de integração, para combater "as forças de reação do imperialismo mundial, que operam de forma cada vez mais agressiva".

No documento, os integrantes consideram que o atual cenário geopolítico mundial é caracterizado "por uma das mais profundas crises do sistema capitalista". Nesse sentido, o documento sublinha a necessidade de aprofundar alternativas como a Alba (Alternativa Bolivariana para os Povos das Américas), a Unasul (União das Nações Sul-americanas) e Celac (Comunidade dos Países da América Latina e Caribe).

Sobre as questões locais, o documento condena enfaticamente o bloqueio contra Cuba, exigindo a imediata libertação dos "Cinco Heróis" cubanos, e declara apoio ao processo de desenvolvimento da Revolução Cubana — que "atualizou seu modelo econômico, com a mais ampla participação popular".

O Foro, por meio de sua Declaração Final, reafirmou o apoio à Frente Nacional de Resistência Popular (FNRP) de Honduras, "em sua luta de resistência contra o governo atual, que é uma continuação do golpe". Também apoiou o processo de mediação em curso para o regresso do ex-presidente Manuel Zelaya, afirmando que o retorno de Honduras ao cenário internacional não será aceito "até que as exigências da FNRP sejam cumpridas".

O comunicado também pediu uma solução para o conflito interno na Colômbia "por meio de negociação política”. Condenou energicamente a" flagrante violação da soberania nacional da Líbia", exigindo"um cessar-fogo das duas partes envolvidas no conflito, com o objetivo de se "alcançar uma solução pacífica".

Os delegados do Foro expressaram sua solidariedade com a luta dos palestinos para a criação de um Estado nacional independente, exigindo o fim das violações dos direitos humanos e da repressão. Também reiterou o seu apoio para a FSLN (Frente Sandinista de Libertação Nacional) e ao presidente da Nicarágua, Daniel Ortega, para as eleições em novembro que serão realizadas no país centro-americano.

O Foro de São Paulo teve a participação de 640 delegados de 48 partidos membros de 21 países, além de 33 convidados de 29 partidos de 15 países na África, Ásia e Europa. No último dia, foram aprovadas 22 resoluções, com diversas mudanças em sua estrutura organizacional. Entre as novidades, estão a filiação do Partido da Vanguarda Popular, da Costa Rica, e do MAS (Movimento ao Socialismo), da Bolívia.

Por fim, o grupo de trabalho decidiu que a 18 ª reunião será realizada em Caracas, na Venezuela, em julho de 2012, em solidariedade à Revolução Bolivariana, durante a instalação do Celac e sob o bicentenário da independência dos países América Latina.

Da Redação, com Grabois.org e Opera Mundi