Manifesto de servidores paralisa vários setores do Estado

 Funcionários da educação, saúde, Companhia de Eletricidade do Amapá (CEA), Companhia de Água e Esgoto do Amapá (CAESA), Ipem, IAPEN e judiciário reivindicam reajuste.

 Em apenas cinco meses de governo, Camilo Capiberibe (PSB) enfrenta uma das maiores crises dos setores estaduais. Após anunciar a reposição salarial de 3%,  abaixo da inflação acumulada de abril de 2010 a abril de 2011 que é 6.31%, o governador enfrenta a fúria dos servidores públicos do Amapá. 

Funcionários da educação, saúde, Companhia de Eletricidade do Amapá (CEA), Companhia de Água e Esgoto do Amapá (CAESA), Ipem, IAPEN e judiciário reivindicam um reajuste real que cubra pelo menos a inflação do período de abril de 2010 até abril deste ano que foi de 6,31%. 
O manifesto aconteceu em frente ao Palácio do Setentrião, no qual contou com o apoio de representantes sindicais como a Federação dos Servidores Pùblicos do Amapá (FESPEAP) e Central Única dos Trabalhadores (CUT). 
“Temos que exigir o que é nosso por direito. Se o Camilo conversasse e cumprisse o que ele diz, seria melhor para todos, mas ele está só ludibriando o servidor, e essa atitude é reprovada por todos”, disse o presidente da FESPEAP, Marlúcio Souza.

Educação
Segundo Ivanéia Alves, diretora de formação do Sinsepeap, os professores vão paralisar suas atividades nos dias 18, 19 e 20. Sendo que na sexta-feira (20), uma Assembléia Geral deve analisar o movimento que já surge com um indicativo forte de paralisação por tempo indeterminado, a começar na próxima semana. 
“Queremos o resgate do piso salarial nacional, para nós é vergonhoso como o governador encaminhou para AL essa proposta.de aumento, o piso salarial é lei e esta valendo deste abril. Comprovamos que há recursos para esta diferença”, disse.
A classe dos professores informou que na época de campanha, o então governador Camilo Capiberibe prometeu implantar o piso salarial ainda no primeiro ano de gestão.  
“Ele tem que ter palavra, muitos aqui o apoiaram e sabemos dessa promessa, e ainda existe cerca de 2500 professores que recebem regência fora da sala de aula, se tem uma boa administração dá para cortar isso e conceder o aumento que a classe merece”, salientou.

Saúde
O presidente do Sindesaúde, Dorinaldo Malafaia, assegura que a situação dos profissionais é complicada não somente por conta do reajuste, mas também pelas precárias condições de trabalho. 
“Visito diariamente os hospitais de Macapá, vejo as necessidades de perto pela população e dos servidores. Os profissionais não tem condições para exercer as suas atividades, queremos respeito e mais atenção do poder público”, destaca.
Segundo levantamentos, a saúde amarga 36% de perdas salariais e no mínimo três progressões atrasadas, além do não cumprimento do PCCS. 
Inúmeras denuncias apontam o inchaço nos hospitais, precariedade no atendimento do Pronto Atendimento Infantil, atendimento no Hospital de Emergência, macas transformadas em leitos, falta de medicação, cirurgias que não são realizadas por falta de anestesia, e o mais grave aponta fezes de rato na alimentação do Hospital de Emergência (H.E).

CEA
O presidente do Sindicato dos Urbanitários, Audrey Cardoso, informou que não houve nenhum avanço. 
Para o sindicalista, as empresas tem autonomia para discutir, decidir e dar o reajuste merecido ao trabalhador. Porém, esse reajuste de 3% dado não é aceito. 
Para Audrey, o percentual concedido aos servidores é visto pela classe como miséria que nem a inflação conseguiu cobrir. 
A paralisação de advertência poderá se tornar uma greve por tempo indeterminado, dependendo da categoria. 
“Vamos paralisar e se a categoria entender que devemos grevar geral vamos fazer. Não podemos permitir que medidas históricas dos nossos trabalhadores sejam jogadas no lixo por diretorias que vem para as empresas e são temporárias.  Nosso trabalhador está no campo, sem condições de trabalho e equipamentos de segurança”, defini Audrey.

Governo
Em nota, o governador Camilo Capiberibe informou que os 3% concedidos aos servidores públicos estaduais só foi possível para o momento que o Estado vive.
Antes do anuncio,  ele reuniu com 19 sindicatos de servidores públicos, onde esclareceu as dificuldades para conceder o reajuste. 
A nota é concluída dizendo que foi criada uma comissão composta pelos sindicatos e pelo governo para elaborar um plano de reposição das perdas salariais a partir do próximo ano. 

Fonte: www.jdia.com.br