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Superávit comercial da China dá salto em abril

O superávit comercial da China em abril foi de US$11,4 bilhões, dando um salto e crescendo quatro vezes mais que o estimado por analistas, que era de US$3 bilhões. As informações foram divulgadas nesta terça-feira (10).

De acordo com os analistas, o resultado se deve a uma combinação de dois fatores: o crescimento de 29,9% das exportações em relação a abril do ano passado e a queda de 21,8% nas importações. A divulgação do dado deve gerar ainda mais pressão internacional para que a China desvalorize sua moeda.

O governo dos Estados Unidos e outros parceiros comerciais da China consideram que estão perdendo competitividade em relação aos chineses devido à baixa cotação da moeda chinesa, o Yuan, em relação ao dólar, o que torna os produtos chineses mais baratos no mercado internacional. A reclamação parte sobretudo dos setores exportadores da economia estadunidense.

Ao longo desta semana, o secretário do Tesouro dos Estados Unidos, Timothy Geithner, reúne-se com autoridades chinesas em Washington para discutir a relação comercial entre os dois países. Para os norte-americanos, os chineses devem permitir a desvalorização do yuan em um ritmo mais acelerado que o dólar.

A moeda chinesa está, segundo as autoridades norte-americanas, prejudicando a economia dos Estados Unidos. Na segunda-feira (9), primeiro dia do encontro bilateral que se realiza em Washington, Geithner elogiou a China, dizendo que o país está progredindo "em direção a uma taxa cambial mais flexível".

O ministro do Comércio da China, Chen Deming, disse que a valorização do yuan ocorre de "forma muito saudável" e afirmou que os Estados Unidos precisam mudar sua política em relação a investimentos em tecnologia se quiser aquecer a indústria nacional. O diálogo bilateral estratégico entre autoridades chinesas e americanas se encerram nesta terça em Washington.

Os resultados do comércio chinês em abril contrastam com o fraco desempenho no primeiro trimestre. Nos primeiros três meses do ano, a China registrou um raro déficit comercial de US$ 1,02 bilhão. Foi o primeiro déficit registrado pelo país em um trimestre em sete anos.
Nos três primeiros meses do ano é normal que haja uma redução do superávit chinês, já que após as vendas de Natal a indústria se reabastece com insumos para a produção, o que aumenta muito as importações.

No entanto, em vez de ter um superávit menor, a balança comercial chinesa acabou fechando negativa no primeiro trimestre de 2011. Analistas atribuem isso ao alto valor do petróleo e das commodities, o que encareceu as importações na China, provocando o déficit. O forte resultado comercial de abril é atribuído ao aquecimento da demanda global por produtos chineses.

Com agências