70% das piauienses que denunciam violência retiram a queixa

De cada 10 mulheres de Teresina que denunciam agressores, sete retiram a queixa.
Após a agressão, vítimas preferem não dar continuidade ao processo no Ministério Público.

Violência contra a mulher
         De cada 10 mulheres que denunciam seus agressores no Juizado de Combate à Violência Doméstica e Familiar Contra a Mulher, no Centro de Teresina, sete retiram a queixa quando acontece a audiência para dar continuidade ao processo. A informação é do promotor Francisco de Jesus Lima, que trabalha no local e acha que é preciso mais conscientização das mulheres.

          "Muitas vezes, a agressão física ou psicológica ocorre no calor da discussão ou sob influência de bebida alcoólica. Há casos em que após a denúncia, o homem para a agressão e então a mulher prefere não dá continuidade ao processo", diz o promotor.

           Entre os exemplos de mulheres que retiram as queixas, estão mães que não querem os filhos sejam presos ou esposas que possuem filhos com o agressor e querem evitar o constrangimento de ter o pai do filho sendo processado ou preso. "Há situações em que, com apenas a primeira denúncia, o agressor para com os atos. Mas em outras, ele continua, afirma Francisco de Jesus Lima.

             No entanto, não são todos os tipos de violência doméstica que a vítima pode desistir da ação. "No caso de injúria por exemplo, a mulher pode retirar a queixa, mas se há uma violência física a ponto de deixar seqüelas na vítima, a queixa não pode ser retirada e o processo continuará tramitando até o julgamento do caso", explica o promotor.

             Na última segunda-feira (02), Francisco de Jesus participou de um debate sobre a violência contra a mulher. Na reunião, ficou definido que haverá uma grande reunião para sensibilizar a sociedade através do diálogo e parcerias com o Ministério Público, Assembleia Legislativa e Secretaria de Segurança Pública para junto com as entidades em defesa da mulher desenvolver atividades de combate efetivo à violência doméstica. O encontro com todas as entidades acontecerá no dia 10 de maio no auditório do Ministério Público.

Fonte/Reprodução: Portal O Dia