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Nicarágua e Costa Rica devem se reunir para solucionar conflito

Representantes governamentais da Nicarágua e da Costa Rica se reunirão na próxima terça-feira (12), para tentar avançar em diálogos que seriam o primeiro passo para solucionar a diferença entre os países. Entretanto, o encontro ainda está marcado por incertezas.

As duas nações da América Central protagonizam desde outubro do ano passado um conflito na fronteira por um pedaço de terra na saída do rio San Juan, na Nicarágua, que a capital, Manágua, atribui as perdas das regiões de Nicoya e Guanacaste, no século 19, aos desejos expansionistas da Costa Rica.

O conflito fez ressurgir na Nicarágua uma desconfiança antiga que vem provocando novas razões para suspeitar do vizinho do sul. Os nicaraguenses acreditam que a Costa Rica tem motivos ocultos no interesse pela superfície de apenas três quilômetros quadrados na delta de San Juan.

Para as autoridades nicaraguenses, trata-se de um assunto de soberania nacional, segundo qualificou na última quarta-feira o presidente Daniel Ortega, durante um discurso realizado na cidade de León.

Tanto o presidente quanto outras figuras proeminentes do governo e de outros setores do país têm ressaltado que a Costa Rica vem atuando de má-fé e com uma interpretação mal-intencionada da sentença emitida no último dia 8 de março pela Corte Internacional de Justiça (CIJ) de Haia.

Em uma decisão preliminar, à espera de um parecer final que pode demorar vários anos, os juízes da CIJ decidiram que “cada parte se absterá de manter o território em disputa, incluindo a prisão aos agentes, sejam civis, policiais ou equipes de segurança”.

No entanto, na semana passada San José, capital de Costa Rica, enviou duas vezes um grupo de funcionários do governo à zona de exclusão, acompanhado de especialistas da Convenção Ramsar, para inspecionar o lugar. O envio foi realizado com base no argumento de que a sentença da CIJ permite esse direito, o que provocou protesto imediato da Nicarágua.

Na prática, as relações diplomáticas bilaterais estão, de fato, estancadas. Isso repercute de maneira negativa no processo de integração na América Central, algo que não convém a nenhum dos dois países e muito menos à região em seu conjunto.

Daí vem a importância da reunião de amanhã, a primeira bilateral, nos últimos seis meses. Mas, ainda não é seguro que seja realizada em Peñas Blancas – região fronteiriça proposta pela Nicarágua. A hierarquia dos participantes ainda não foi confirmada, mesmo Manágua já tendo anunciado uma delegação ministerial de alto nível.

Fonte: Prensa Latina