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Venezuela já mira eleições presidenciais de 2012

Embora ainda faltem mais de 20 meses para as eleições presidenciais na Venezuela, os atores políticos do país já pensam em estratégias, candidatos e alianças em face da disputa nas urnas.

As eleições, previstas para 2 de dezembro de 2012, definirão, com a participação de cerca de 18 milhões de votantes, quem irá encabeçar o Poder Executivo, que está localizado no Palácio Miraflores, na capital Caracas.

A luta pela cadeira presidencial para o período 2013-2019 gera expectativas no país, especialmente pela polarização político existente e pelo confronto de dois modelos bastante diferentes entre si.

Por um lado, o projeto socialista liderado pelo Chefe de Estado e candidato à reeleição, Hugo Chávez, e, do outro, a oposição representada por diversas organizações, reunidas na Mesa da Unidade.

Chávez pretende manter o rumo no caminho da inclusão, as prioridades sociais, a diversificação econômica e do multilateralismo nas relações internacionais, com a integração regional como bandeira.

Seus rivais não dizem abertamente o modelo que defendem, concentrando sua atuação em críticas ao Executivo e promessas muitas vezes mal avaliadas por setores populares, que denunciam a dívida social deixada por partidos como o Ação Democrática e o Copei por mais de 40 anos no governo.

Eles representam o capitalismo, o retorno à subordinação aos Estados Unidos e aos seus mecanismos de dominação econômica, sem qualquer preocupação com o povo, enquanto a Revolução Bolivariana tem como objetivo construir a pátria nova, diz Chávez, ao abordar a batalha em curso e sua expressão eleitoral de 2012.

"Aqueles que querem a pátria, venham comigo", resume o slogan comum nas manifestações de massa compostas por mulheres, jovens e trabalhadores, que se realizaram nas últimas semanas.

Segundo o governante, a vitória nas eleições presidenciais passa pela materialização do Pólo Patriótico, mecanismo unificador dos partidos, movimentos sociais e cidadãos envolvidos no processo de mudança iniciado em 1999.

Para o presidente da Assembleia Nacional, Fernando Soto, dirigente socialista, todos contam nesse processo. “Trabalhadores, indígenas, estudantes, donas de casa, ninguém deve se sentir excluído porque há muita coisa em jogo”, disse ele.

Embora os defensores da revolução bolivariana conheçam já seu candidato e a estratégia a seguir, aqueles que tratam de barrá-la esperam poder construir, de forma consensual, a candidatura de um rival capaz de competir na corrida por Miraflores.

Aparecem como aspirantes os governadores Henrique Capriles e Pablo Perez; o fugitivo da justiça, residente no Peru, Manuel Rosales; a deputada Maria Corina Machado; o político veterano Henry Ramos, da Ação Democrática; e o prefeito de Caracas, Antonio Ledezma.

Estes e outros nomes podem, de acordo com pesquisas e líderes de opinião, aparecer no registro das eleições primárias, cuja data já gera polêmica. Alguns pedem que as pévias internas sejam realizadas o quanto antes, para que a campanha possa logo começar. Outros, contudo, querem protelá-las.

Em meio a esse cenário, sondagens e estudos de opinião dão uma vantagem a Chávez, apoiado por um apoio majoritário à sua gestão.

Mais da metade dos eleitores entrevistados pelos institutos GIS XXI e Datanálisis apoiam o trabalho do presidente, que lançou programas de segurança cidadã, moradia e alimentação, que devem aumentar sua popularidade.

Estas iniciativas procuram resolver os problemas estruturais, identificados pelo GIS XXI como principal preocupação dos venezuelanos.

Em entrevista à agência Prensa Latina, o diretor do instituto, Jesse Chacon, disse que nas pesquisas mais recentes do grupo, Chávez tem quase 20 pontos de vantagem sobre o candidato da oposição ainda a ser definido.

“Os resultados obtidos a partir de uma amostra nacional 2,5 mil pessoas, entre 11 e 17 de março, mantém a tendência das investigações anteriores, embora ainda haja muito tempo para tirar conclusões para as eleições presidenciais”, disse ele.

Fonte: Prensa Latina