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Obama enfrenta desafio de definir a estratégia da Líbia

O presidente dos Estados Unidos, Barack Obama, enfrenta nesta segunda-feira o desafio de convencer os americanos de que tem clareza do objetivo militar e uma estratégia de saída dos EUA na guerra que junto aos seus aliados europeus ocidentais move contra a Líbia.

Ele ocupará uma rede nacional de TV para tentar explicar os motivos e o alcance do ataque à Líbia.

Obama empenhou-se pessoalmente para que a Otan assumisse plena responsabilidade pelas operações militares na Líbia, o que efetivamente passou a acontecer a partir deste domingo (27).

A preocupação principal de Obama é ser questionado por estar fazendo uma nova guerra, quando os estados Unidos encontram-se ainda realizando as guerras de ocupação no Iraque e no Afeganistão. Por isso, o mandatário dos Estados Unidos dirá que o papel principal na Líbia será desempenhado pela Otan. Um disfarce menos eficaz que uma folha de parreira. A Otan é uma organização militar agressiva, de caráter imperialista, liderada pelos Estados Unidos.

Obama tentará ainda convencer a opinião pública de que a intervenção na Líbia serve os interesses nacionais dos EUA e também superar as dúvidas de que ele tem uma ideia clara dos objetivos finais das operações no país do norte da África.

"Eu sei como as pessoas estão interessadas e, obviamente, o presidente vai falar ao país para responder a muitas dessas preocupações" disse a secretária de Estado, Hillary Clinton, que posa de pomba, mas está realizando uma gestão à frente da política externa dos Estados Unidos de fazer inveja aos falcões republicanos. A senhora Clinton anuncia ainda que “os aliados da coalizão serão ouvidos com atenção”.

Críticas

Os republicanos criticam Obama porque não teria conseguido explicar bem os objetivos das operações na Líbia e consideram que a política de Obama tem sido caracterizada por “indecisão, confusão e atraso”, de acordo com o senador John McCain, candidato presidencial derrotado por Obama 2008. Por seu turno, a maioria dos democratas cobram “um plano de saída coerente”.

Funcionários da Casa Branca defendem uma abordagem cautelosa de Obama como algo necessário para forjar uma coalizão, incluindo o apoio árabe, e negam qualquer falha na articulação dos objetivos dos EUA.

Obama disse que o objetivo da ação militar é proteger a população civil e não derrubar Kadafi, mas não faz segredo de seu desejo de ver Kadafi fora do poder.

Apesar de os bombardeios contra as forças de Kadafi terem ajudado a oposição armada da Líbia a reverter algumas perdas militares, analistas veem o risco de um impasse sangrento que poderia prolongar a operação militar imperialista na Líbia. A Otan anunciou que não está descartada uma ofensiva terrestre.

Da Redação, com agências