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Após 1º turno violento, eleições no Haiti ocorrem neste domingo

Neste domingo (20), os quatro milhões de haitianos e haitianas aptos a votar escolherão entre Michel Martelly, do Partido Resposta Camponesa (RC), e Mirlande Manigat, do Agrupamento de Democratas Nacionalistas e Progressistas (ADNP), para presidir o país nos próximos anos. Às vésperas do segundo turno das eleições, as pesquisas de opinião apontam o cantor Michel Martelly como favorito nas urnas.

No dia 17, o Escritório de Investigações em Informática e em Desenvolvimento Social e Econômico (Brides) divulgou uma pesquisa em que mostra Martelly com 53,4% das intenções de voto e Manigat com 46,6%. A sondagem, realizada entre os dias 11 e 15 de março, entrevistou seis mil pessoas e revelou um aumento da vantagem de Martelly em comparação com a pesquisa divulgada anteriormente por Brides no início do mês, a qual apontava Martelly com 50,8% dos votos e Manigat com 46,2%.

A segurança é o que mais preocupa candidatos e organizações nacionais e internacionais em relação ao processo eleitoral, marcado por irregularidades no primeiro turno e violência durante a campanha para o segundo turno. Outro fato que preocupa organizações e autoridades nacionais e internacionais é o retorno do ex-presidente Jean-Bertrand Aristide ao Haiti. O político, que estava desde 2004 exilado na África do Sul, voltou hoje (18) ao país caribenho. A preocupação é que o ex-líder haitiano interfira nas eleições.

Observadores internacionais

A Organização dos Estados Americanos (OEA), juntamente com a Comunidade do Caribe (Caricom), enviará ao país caribenho uma missão com 200 observadores para verificar a segunda rodada das eleições haitiana. A informação foi divulgada ontem (17) pelo Observador Internacional OEA-Caricom, Pablo Gutiérrez, em declarações à Telesur. Na ocasião, Gutiérrez lembrou ainda que Martelly e Manigat também são responsáveis por assegurar a paz da eleição.

Além dos observadores internacionais, o segundo turno das eleições mobilizará tropas da Missão das Nações Unidas para Estabilização no Haiti (Minustah). Notícias dão conta de que os 3.500 soldados da Minustah atuarão principalmente nas cidades onde foram registrados conflitos durante o primeiro turno.

As medidas são para evitar que fraudes e atos violentos se repitam no próximo domingo. O primeiro turno das eleições presidenciais aconteceu no dia 28 de novembro e foi marcado por irregularidades.

Em dezembro, os resultados apontaram um segundo turno entre a ex-senadora Mirlande Manigat e o candidato do governo Jude Celestin, o que gerou uma onda de protestos. No início de fevereiro deste ano, um novo resultado foi divulgado, desta vez com Michel Martelly em segundo lugar, que disputará a presidência com Manigat.

Assassinato

A campanha eleitoral começou no dia 17 do mês passado, também marcada pela violência. Na semana passada, os postulantes repudiaram o assassinato de dois jovens que distribuíam fotos de Manigat e pediram à população que contribua no desenvolvimento de um processo eleitoral pacífico.

A reconstrução do país e o combate à cólera foram os destaques na campanha eleitoral dos dois candidatos, os quais ressaltaram o aumento da produção agrícola nacional e o desenvolvimento econômico do Haiti, país mais pobre das Américas.

Além do presidente, os haitianos escolherão 79 integrantes da Câmara dos Deputados e sete integrantes que completarão o Senado. O resultado parcial está previsto para ser divulgado no dia 31 deste mês e o final no dia 16 de abril.

Fonte: Adital, por Karol Assunção