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Coalizão inicia guerra e França faz primeiro ataque contra Líbia

Um avião de combate francês efetuou seu primeiro disparo na Líbia às 16h45 GMT (13h45 de Brasília) deste sábado (19) contra um "veículo militar indeterminado", anunciou em Paris o Estado Maior das Forças Armadas. A rede de TV Al-Jazira informou que as forças francesas destruíram quatro tanques e veículos armados, mas ainda não havia informações oficiais.

O presidente francês, Nicolas Sarkozy, havia confirmado pouco antes, em um pronunciamento em Paris, que enviou aviões franceses para intervir no espaço aéreo da Líbia. Sarkozy busca liderar a agressão imperialista contra a Líbia pois enfrentará eleições em breve e precisa recuperar a "popularidade" que perdeu após ter seu nome envolvido em diversos escândalos.


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 "Nossos aviões já estão impedindo ataques aéreos [das forças de Kadafi] na cidade [Bengazi, sede dos rebeldes]", disse o presidente Sarkozy. Segundo ele, a missão militar apoiada pela coalização formada por França, Reino Unido, EUA, Canadá e por alguns países árabes aliados do Ocidente, pode ser paralisada se Kadafi "parar" os ataques aos civis, como exigido por uma resolução da ONU aprovada na quinta-feira.

Os Estados Unidos dispararam mísseis de cruzeiro Tomahawk neste sábado contra a Líbia, informou a imprensa americana, no momento em que fortes explosões sacodem o leste de Trípoli. Segundo um alto oficial americano, o ataque visa o estabelecimento de uma zona de exclusão aérea sobre o território líbio.

Argumentos falsos

A declaração de Sarkozy mostra que já não há mais argumentos defensáveis para justificar a agressão contra a Líbia, pois desde ontem o governo líbio já havia anunciado um cessar-fogo e estava cumprindo todos os itens da resolução da ONU. Portanto, os argumentos usados pela França, Estados Unidos e Reino Unido para justificar o ataque são absolutamente falsos.

O próprio ministro líbio das Relações Exteriores, Musa Kusa, pediu neste sábado ao secretário-geral da ONU, Ban Ki-moon, o envio de observadores para verificar o cessar-fogo decidido na sexta-feira, e cumpre a resolução da ONU.

Porém, diante da agressão sofrida, o governo líbio agora estuda mudar sua estratégia para garantir a defesa soberana do país e já avisou que, se for preciso, irá revidar os ataques.

 A Rússia lamentou a "intervenção armada estrangeira na Líbia", em um comunicado do porta-voz do ministério russo das Relações Exteriores, Alexandre Loukachevitch.

A chanceler da Alemanha, Angela Merkel, afirmou que a violência na Líbia deve terminar, mas disse que seu país não vai tomar parte na ação militar.

Também o presidente venezuelano, Hugo Chávez, se manifestou contra a operação internacional lançada hoje contra a Líbia, considerando-a "irresponsável".

Num discurso transmitido na televisão, Chávez disse que é "uma ingerência nos assuntos internos de um país" e exigiu um cessar-fogo efetivo e que seja retomado “o caminho da paz na África do Norte". Considerou ainda "lamentável que a ONU esteja pronta para apoiar esta guerra".

Da redação,
com agências

Atualizada às 18h00 para acréscimo de informações