Pesquisa da UFC deve melhorar diagnóstico do câncer de mama

Uma descoberta no Laboratório Saul Goldenberg, do Grupo de Educação e Estudos Oncológicos (GEEON) da Universidade Federal do Ceará, está prestes a ganhar o mundo e a entrar para o rol de procedimentos médicos no diagnóstico do câncer de mama.

Sob a coordenação do Prof. Luiz Porto, da Faculdade de Medicina, a equipe encontrou uma forma mais barata e eficaz de constatar se o tumor se estendeu para a axila da mulher. Quando isso acontece, é sinal de que houve metástase. Assim, é necessário remover não apenas a região afetada no seio da paciente, mas também o tecido da parte inferior do braço, procedimento que leva a complicações funcionais no lado operado.

Para saber se a doença chegou àquela região, o médico precisa localizar na paciente o chamado “linfonodo sentinela”, que é o primeiro a ser atingido quando as céulas cancerígenas se espalham. Caso ele esteja intacto, evita-se o esvaziamento da axila.

Hoje, há duas formas de identificar esse linfonodo: utilizando-se o marcador corante “azul patente”, que custa em média R$ 86,00, ou a substância radioativa denominada “tecnécio”, com custos aproximados de R$ 600,00. Além do preço elevado, ambas podem causar reações adversas. A boa notícia é que a UFC pode ter encontrado uma alternativa para o problema.

O grupo de pesquisa descobriu em experimento com cadelas que um derivado do sangue chamado “hemossiderina” também tem propriedades que ajudam a localizar o linfonodo. Trata-se de uma espécie de “marcador natural”, sem grandes custos e livre de riscos.

De acordo com o Prof. Luiz Porto, a pesquisa é pioneira e, caso comprovada a eficácia em seres humanos, deverá ser utilizada em hospitais de todo o mundo. Segundo ele, diversas revistas científicas internacionais já demonstraram interesse no tema.

A técnica foi publicada como nota prévia na Ata Cirúrgica Brasileira e o Comitê de Ética em Pesquisa em seres humanos já autorizou a aplicação experimental em pacientes do Hospital Universitário Walter Cantídio, da UFC.

A pesquisa financiada pelo Banco do Nordeste começará em março deste ano. As expectativas, segundo Luiz Porto, são otimistas. Os resultados dos testes com mulheres devem ser concluídos ainda este ano.

Fonte: Portal da UFC