Policiais protestam contra violação de escrivã e pedem punição

A manifestação dos policiais civis de São Paulo, realizada na última sexta-feira (25), contou com a participação de cerca de 70 agentes públicos. Eles protestaram na Praça da Sé, no centro da cidade, contra a operação da Corregedoria da Polícia Civil em que uma ex-escrivã, acusada de corrupção, é despida à força em uma sala cheia de homens. O protesto ainda pediu punição para os responsáveis pela agressão à escrivã.

A repercussão do vídeo já afastou pelo menos três delegados da Corregedoria da Polícia Civil: Eduardo Henrique de Carvalho Filho, Gustavo Henrique Gonçalves e Emílio Antonio Pascoal. Outro delegado presente na cena, Renzo Santi Barbin, já havia sido afastado da Corregedoria antes de o vídeo ficar público.

Depois de defender os policiais que cometeram abuso de autoridade contra a escrivã, a corregedora-geral da Polícia Civil, Maria Inês Trefiglio Valente, também foi afastada. Alguns delegados da cúpula da polícia ameaçaram deixar os cargos, caso Maria Inês permanecesse na Corregedoria.

Ministra também quer punição

Enquanto o governador de São Paulo, Geraldo Alckmin (PSDB), limitou-se a criticar o vazamento do vídeo na internet, inúmeras lideranças criticaram a agressão contra a ex-escrivã.

A senadora Marta Suplicy (PT-SP) condenou a ação dos policiais. Já a ministra dos Direitos Humanos, Maria do Rosário, pediu punição para os envolvidos. Rosário defende a imediata reabertura do caso no Ministério Público.

O jurista Luiz Flávio Gomes, que já atuou na polícia, no Ministério Público e como juiz, ficou impressionado com a gravação da Corregedoria. Para ele a ação dos delegados foi ilegal e inconstitucional. Como o processo por abuso de autoridade contra os delegados foi arquivado, agora o Ministério Público tenta encontrar uma forma jurídica para que o caso seja reaberto.

Da redação, com agências