Segundo a polícia, onze pessoas desaparecem diariamente em SP

O número de pessoas desaparecidas no Estado de São Paulo chegou a 13.089 entre 1.º de janeiro de 2008 e 9 de fevereiro deste ano, conforme dados da Polícia Civil. Com isso, o Estado tem a média de 11 pessoas desaparecidas por dia, entre mulheres, homens, crianças ou idosos.

Os homens respondem pela maior parte desse contingente: 8.544 – 1,4 mil com histórico de doença psiquiátrica, mental ou alcoolismo. Do total, 71% tinham mais de 18 anos e outros 17%, entre 13 e 18. Segundo o DHPP (Departamento de Homicídios e Proteção à Pessoa), eles somem mais do que as mulheres por um conjunto de fatores: quebram vínculo familiar mais facilmente, envolvem-se mais com crime, usam mais álcool e droga.

As mulheres desaparecidas somam 4.545. Metade entrou nessa condição ainda na adolescência, diferentemente dos homens, que somem mais na fase adulta. Outras 1,6 mil (35%) já tinham mais de 18 anos. De acordo com o DHPP, as garotas normalmente fogem antes da maioridade para escapar da opressão em casa ou viver com namorado. Casos de vítimas recrutadas para exploração sexual são esporádicos.

Nesses três anos, parentes e amigos comunicaram às delegacias paulistas o sumiço de 63.150 pessoas – 19.445 na capital. Dessas queixas, 50.061 foram esclarecidas. Boa parte das pessoas reapareceu espontaneamente. Outras vítimas, entretanto, são encontradas mortas.

Paralelamente ao trabalho da polícia, profissionais liberais e entidades lutam para ajudar as famílias. Em fevereiro de 2003 entrou no ar o site Desapareceu, criado pelo webdesigner Stylianos Mandis Junior, para ajudar a divulgar fotos de desaparecidos. "Vi que alguns sites cobravam e resolvi ajudar. Temos uma lista com 27 mil cadastrados." Na ONG Caminho de Volta, ligada à Faculdade de Medicina da Universidade de São Paulo (USP), profissionais dão apoio psicológico a parentes e também há um banco de dados.

Com informações do Jornal da Tarde