Sem categoria

Disputa adia decisão sobre comissões técnicas no Senado

A falta de acordo para a distribuição das presidências das comissões técnicas do Senado foi um dos motivos do atraso na eleição dos suplentes da Mesa, que só aconteceu na noite desta quinta-feira (3). Em 2009, a falta de acordo fez com que os presidentes das comissões permanentes só fossem definidos no dia 4 de março. Este ano, o principal impasse é a disputa pela presidência da Comissão de Infraestrutura.

O PSDB já disse que não abre mão do direito de indicar um nome do partido para a presidência da Infraestrutura. É o que afirma o senador Flexa Ribeiro (PSDB-PA), um dos autores do pedido de adiamento da reunião preparatória para a escolha dos suplentes da Mesa da Casa, na noite de quarta-feira (2). A ideia era ganhar tempo para que fosse também negociada a composição das comissões.

Segundo Flexa, o adiamento acabou sendo inútil, pois as negociações sobre as comissões não avançaram nada nesta quinta. Para o PSDB, a proporcionalidade assegura ao partido a terceira escolha de comissão, após o PMDB – que ficou com a Comissão de Constituição e Justiça (CCJ) – e o PT – que pediu a Comissão de Assuntos Econômicos (CAE).

O senador Lindberg Farias (PT-RJ) quer a Comissão de Infraestrutura e o PT ofereceu, em contrapartida pedida pelos tucanos, mais uma vaga na Mesa Diretora e o comando de uma segunda comissão, uma delas a de Educação, Cultura e Esporte (CE). O PT ou outro partido do bloco do governo teria de abrir mão de uma de suas comissões para o acordo avançar.

Estaca zero

Na quarta-feira, o líder do PT, Humberto Costa (PE) falou em tom pessimista sobre o andamento das negociações. Segundo ele, a disputa entre os partidos pelas comissões teria "voltado à estaca zero". Outra controvérsia girava em torno do comando da Comissão de Agricultura e Reforma Agrária (CRA), que deveria ser cedida ao DEM, mas era também disputada pelo PDT.

Para o senador Eunício de Oliveira (PMDB-CE), um dos articuladores pelo PMDB, os partidos se entenderão. Ele disse que o PMDB defendeu a proporcionalidade partidária para a composição da Mesa, por isso ele entende que essa deve ser também a regra para as mesas das comissões.

Quanto aos senadores que integrarão cada uma das comissões, que devem começar a ser indicados a partir de agora pelos líderes, ele disse que a posição é de respeito à tradição baseada na proporcionalidade dos blocos partidários formados na Casa.

De Brasília
Com Agência Senado