Profissionais manifestam insatisfação no Dia Nacional do Carteiro

Ao invés de comemoração, insatisfação. Nesta terça-feira, 25, no Dia Nacional do Carteiro, os profissionais reclamaram, principalmente, da sobrecarga de trabalho. Para o presidente do Sindicato dos Trabalhadores dos Correios, Telégrafos e Similares do Estado do Rio Grande do Norte (Sintect-RN), Moacir Soares, seriam necessários pelo menos mais 150 carteiros para atender a demanda da região metropolitana de Natal e Mossoró.

“Seria muito bom comemorar o Dia do Carteiro todos os dias, com boas condições de trabalho. Eu acho que a categoria, que é a cara da empresa, deveria ser vista com mais atenção e tratada com condições dignas”, ressalta Moacir Soares.

Uma das cobranças da categoria é que seja efetivamente realizado o concurso público que já teve processo iniciado em 2009 e deveria ter ocorrido em 28 de novembro do ano passado, mas foi cancelado por ação do Ministério Público. Nesse tempo, a cobrança aumentou e o trabalho também. Atualmente, há cerca de 450 carteiros em todo o Estado.

De acordo com Moacir Soares, quando os populares reclamam de eventuais atrasos nas entregas das correspondências, não sabem das condições de trabalho dos carteiros. “É um problema estrutural. A empresa não oferece condições para o trabalho ser bem desenvolvido”. Moacir alega que nos últimos anos tem crescido o volume de serviço. Além do aumento de horas extras, alguns funcionários têm trabalhado até 10 horas por dia e cumprir expediente aos sábados já é uma realidade.

Outros problemas relatados pelo presidente do Sintect são referentes às condições de trabalho, no tocante à saúde e segurança do carteiro. A bolsa pesada, contendo de 20 a 25 Kg de correspondências, as longas jornadas com exposição ao sol e as caminhadas podem provocar lesões na coluna, câncer de pele e uma doença chamada esporão de calcâneo, conhecida como “esporão de galo”, que provoca dores nos pés.

E não é difícil acontecerem assaltos aos carteiros. De acordo com Moacir, aconteceu um recentemente na zona Norte de Natal. Para ele, o que motiva esses assaltos é a vulnerabilidade dos carteiros em entregar talões de cheques e cartões de crédito. “Deve-se encontrar uma solução para que este tipo de correspondência não seja responsabilidade dos Correios”, pontuou. Ele acrescenta que, baseado nessas questões, o Sindicato batalhou e conseguiu em 2010 um adicional de risco de 30% no salário dos carteiros.
 

Com informações do Jornal de Hoje