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Nova Frota da Liberdade sairá no aniversário do ataque israelense

Para comemorar o primeiro aniversário do atentado violento sobre a "Frota da Liberdade" para Gaza, um grupo islâmico turco anunciou que vai enviar, no próximo 31 de maio, cinquenta navios para os palestinos de Gaza, com o objetivo de quebrar o bloqueio fiscal israelense, que persiste desde 2007. 

Os barcos, que transportam ajuda humanitária para os palestinos, partirão de vários países europeus, disse à Reuters, em Istambul, um porta-voz da Associação de Ajuda Humanitária Direitos e Liberdades (IHH), responsável pela frota no ano passado.

Os barcos irão se reunir na Turquia, de onde partirão para Gaza em torno de 12 de junho, liderados por Mavi Marmara, o navio que sofreu mais danos durante a abordagem israelense em morreram nove ativistas turcos.

"Esperamos cerca de 50 barcos", disse o porta-voz, embora tenha reconhecido que os detalhes dos portos de partida e a composição ainda não tenham sido de todo decididos.

A IHH fez o anúncio após uma coletiva de imprensa para avaliar o relatório publicado ontem pela Comissão de Israel para investigar o incidente e que concluiu que os soldados israelenses agiram em legítima defesa e em respeito às leis internacionais.

Relatório israelense

"Este relatório pode ser jogado fora", disse Bülent Yildirim, principal responsável da IHH, organização que Israel suspeita de apoiar o terrorismo islâmico.

O primeiro-ministro turco, Recep Tayyip Erdogan, reagiu fortemente contra o relatório neste domingo (23), classificando-o como "não confiável" e "feito sob medida" pelas autoridades israelenses.

A ONU estabeleceu uma comissão internacional de investigação e uma missão de coleta de provas sobre o incidente, cujo trabalho se soma ao das respectivas comissões estabelecidas pela Turquia e por Israel.

"A nossa comissão apresentou seu relatório preliminar à ONU em 1º setembro de 2010. Pelo respeito à confidencialidade do processo, a nossa comissão se recusou a tornar público seu relatório”, queixou-se nesta segunda-feira (24) a comissão turca em um relatório.

"Pelo contrário, o lado israelense impediu os trabalhos da comissão (da ONU), atrasando o envio de seu próprio relatório e decidiu torná-lo público mesmo antes de enviá-lo", acrescentou.

Por isso, os turcos decidiram, nesta segunda, tornar pública parte de suas conclusões.

Conclusões turcas

O relatório considera que os ataques israelenses violaram "a liberdade de navegação", "o princípio da jurisdição exclusiva do Estado sob cuja bandeira se navega", "as leis internacionais em tempos de guerra e paz sobre comboios de ajuda humanitária" e "o direito à vida".

"Em vez de usar vários métodos estabelecidos de detenção, como tiros de advertência ou inutilizar o timão, Israel escolheu primeiro intimidar e aterrorizar os passageiros", diz o relatório da comissão turca.

"Então, abordaram os barcos durante a noite e com força letal, e impuseram um bloqueio eletrônico aos navios para que o terror que se antecipava não fosse transmitido para o mundo exterior", conclui.

Fonte: Cubadebate
Tradução: Luana Bonone