Tumulto impede realização de audiência pública em Guarulhos

Com Rodoanel em debate, a esperada audiência pública marcada para anteontem (15/12) para debater o trecho norte do Rodoanel, que deve cruzar a cidade de Guarulhos passando pela região do Cabuçu, não pode ser completada. A falta de estrutura no local e tumulto entre favoráveis e contrários ao projeto impediram a conclusão do debate.

Para a vereadora Luiza Cordeiro (PCdoB), presidente da Comissão Permanente de Defesa do Meio Ambiente da Câmara, a decisão de encerrar os trabalhos foi acertada. “Não havia condições de continuar. Houve por parte do governo do estado uma subestimação do interesse das pessoas sobre o projeto” declarou.

Os trabalhos, presididos pele secretário do Conselho Estadual do Meio Ambiente Germano Seabra, não puderam prosseguir em meio a apreensão das pessoas e famílias preocupadas com as desapropriações que devem ocorrer com a construção do Rodoanel.

Após a intervenção do prefeito Sebastião Almeida (PT) e de alguns vereadores, dentre eles Luiza Cordeiro, Seabra anunciou o adiamento da audiência. O temor das autoridades locais era o de que pessoas acabacem se ferindo, pois o auditório no qual o evento estava sendo realizado estava superlotado, com cerca de 500 pessoas a mais que sua capacidade.

Hoje, em conversa com Seabra que a convidou para uma reunião cujo objetivo era a escolha de uma nova data para a audiência Pública, Luiza mesmo não podendo participar devido ao adiantado da hora – o convite foi feito às 13h e a reunião era às 14h30 em São Paulo -, foi informada de que o debate só deve ocorrer no próximo ano.

Com isso, espera-se que as autoridades do governo do estado dialoguem melhor com as lideranças de Guarulhos, para que equívocos de espaço e segurança não prejudiquem novamente o debate.

“Queremos dominar a questão, saber os detalhes do projeto”, disse a vereadora, apesar de apontar que em sua opinião a construção de obras como Rodoanel não servem para resolver o transporte nas grandes metrópoles. “O que precisamos questionar é a política de transporte adotada. O modelo do governo do estado é errado, deveria privilegiar o transporte coletivo, não o rodoviário”, encerrou. 

De Guarulhos, Gutemberg M. Tavares